Pindorama investe na pecuária para a produção de leite

http://edivaldojunior.com.br/wp-content/uploads/2019/06/NOVILHAS-PINDORAMA-1-1.jpgPindorama investe na pecuária para a produção de leite

Aumentar a produção de leite e melhorar a qualidade do rebanho dos agricultores familiares. Foi com este proposito que a pecuária da Cooperativa Pindorama, localizada no município de Coruripe, desenvolveu o projeto de melhoramento genético de bovinos junto aos cooperados e associações de agricultores da região, por meio do programa de transferência de embriões.

Para Francisco Praxedes, colono de Pindorama da aldeia Santa Margarida e que há 15 anos trabalha com a produção leiteira, a aquisição de animais geneticamente melhorados proporcionou o aumento da produtividade, chegando a produzir, com dez animais em lactação, mais de 200 litros de leite por dia.

“Desde 2004 que trabalho com leite. Atualmente, a produção mensal chega a cinco mil litros por mês com uma média de 200 litros por dia. Mas, vale ressaltar que já chegamos a produzir 350 litros/ dia”, destacou o colono que é considerado uma referência na produção de leite na região.

Praxedes destaca também a precocidade dos animais fruto do processo de inseminação artificial do programa de transferência de embrião. “Uma novilha pode chegar a 20 litros de leite já na primeira lactação. Esse programa ajuda a gente a avançar no segmento do leite e com isso ampliar ainda mais o nosso plantel”, declarou.

Para Mauro do Leite, outro colono de Pindorama que há 20 anos também trabalha com a produção de leite, o programa de melhoramento genético desenvolvido pela cooperativa, traz uma nova oportunidade aos criadores que têm acesso a essa ferramenta tecnológia.

“Não tem outro programa melhor em Alagoas. Há 20 anos eu produzo pra Pindorama. De domingo a domingo. comecei com cinco litros. Hoje, chego a 100 litros. No final de inverno, chegamos a 200 litros. Só com a produção de leite tiramos o sustento da família”, afirmou.

PARCERIA

Para o presidente da Cooperativa Pindorama, Klécio Santos, o programa existe em parceria com o Sebrae/AL, tendo a finalidade de, por meio do melhoramento genético, dar um salto na produtividade, proporcionando ao pequeno produtor uma tecnologia capaz de revolucionar a produção leiteira.

“Com animais fruto deste trabalho de melhoramento genético, o colono sai de uma média de oito a dez litros e consegue chegar até 30 litros. Ele quase que triplica a produção. Isso representa um ganho econômico e financeiro para a atividade. É assim que vamos ter mais produtividade e diminuir o custo fixo do leite”, afirmou o presidente de Pindorama.

Segundo ele, este ano, foram repassados para os colonos 30 animais que serão pagos a cooperativa por meio da produção mensal de leite. Em 2020, estão previstos 90 e em 2021 a expectativa é distribuir 200 animais. Estes animais são crias de 200 matrizes adquiridas pela cooperativa para participar do programa de transferência de embriões.

“Mas, o nosso limite da estrutura é de 200 animais. E vamos buscar esse máximo. Isso vai gerar um impacto muito grande na produção de leite nos próximos anos. Já estamos colhendo resultados dos animais que foram distribuídos anos atrás. Isso impulsiona a economia da região e aumenta a felicidade do nosso produtor”, salientou Klécio.

De acordo com Jefferson Ferreira, técnico em agronegócio de Pindorama, por o melhoramento genético ser uma ferramenta técnica cara para o pequeno produtor rural, a cooperativa deu início a este trabalho em parceria com o Sebrae para ampliar a qualidade do rebanho dos colonos.

“Foram adquiridas novilhas receptoras que receberam os embriões. Agora, já temos as crias delas que estão sendo passadas para o pequeno produtor. A finalidade é incentivar o colono que terá um aumento da produtividade e da renda fruto do comércio do leite. O produtor posteriormente pode colocar estes animais para reproduzir e perpetuar a genética em todo o rebanho”, informou Ferreira, lembrando que as novilhas que vêm sendo repassadas para os associados são ¾ da raça holandês por ser um animal mais produtivo.

Embriões

Para o diretor Técnico do Sebrae/AL, Ronaldo Moraes, o programa de transferência produziu cinco mil embriões no período de cinco anos, com uma média anual de mil animais por ano.

“Ele teve receptividade incrível. A atividade é uma das mais promissoras do Estado e a genética é fundamental, além de trabalhar na qualidade do leite e gestão da propriedade. Com isso, a cadeia do leite passa a se qualificar. Em Pindorama, por exemplo, a cadeia produtiva do leite é quase trabalhada como um todo. Existe uma ação especial da cooperativa de já entregar a novilha para os produtores, dando garantia na produção de leite. Se um colono adquire duas novilhas, elas não vão dar menos do que 25 litros de leite por dia”, afirmou.

Marcos Fontes, gerente adjunto da Unidade de Agronegócios do Sebrae-AL, o custo de uma prenhes confirmada no programa de transferência de embriões é de R$ 1.500. “Mas, o produtor só vai pagar 30% deste valor em até dez vezes. O produtor tem gostado bastante do resultado e quem faz a primeira vez, quer repetir este trabalho. O técnico junto com o agricultor é que define o grau de sangue de acordo com o manejo do criador. Com isso, podemos ter animais ¾; meio sangue e ou até o gir puro. Os embriões são produzidos a partir de material genético de animais registrados de produção comprovada”, declarou.

Segundo ele, para ter acesso ao programa, o interessado deve preencher alguns requisitos como, por exemplo, ser produtor rural em Alagoas; apresentar o número do imóvel na Receita Federal e ou a DAP.

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