Alagoas perde GB

http://edivaldojunior.com.br/wp-content/uploads/2019/05/Geraldo-Bulhoes.jpgAlagoas perde GB

Geraldo Bulhões virou GB, o Gente Boa, nas eleições de 1990. Foi uma campanha eleitoral única na história de Alagoas. O Estado respirava sob a influência do governo de Fernando Collor, no augue da sua popularidade.

Ter o apoio do presidente da república era tudo que os principais candidatos (o concorrente de GB era ninguém menos do que o senador Renan Calheiros, que havia sido líder do governo na Câmara dos Deputados) queriam.

A campanha mobilizava as ruas em grandes showmícios, programas de rádio e televisão. O guia eleitoral e os debates na TV tiveram grande força na eleição, marcada por uma disputa renhida.

GB saiu vitorioso do embate e assumiu o governo de Alagoas em 1991.

Homem de hábitos peculiares, imprimiu como governador uma marca na gestão com grandes obras e ideias que estava à frente do seu tempo.

Foi GB quem tirou do papel o Canal do Sertão e iniciou a obra, um verdadeiro sonho que ele gostava de lembrar, sonhado desdes os tempos do império. Também duplicou a adutora do agreste, fez a adutora Pão de Açúcar-Olho d’Água das Flores, construiu a rodovia AL 101- Sul entre Piaçabuçu e Barra de São Miguel e reconstruiu a AL 101 Norte, deixando-a mais larga como base para uma futura duplicação. Conseguiu incluir Maceió na visita do Papa João Paulo II ao Brasil e para recebê-lo construiu o ‘papodrómo’, reestrurou o Rei Pelé que ganhou cadeiras e lá pediu para construiu um museu.

GB ainda iniciou o projeto da primeira duplicação de rodovia de Alagoas, entre Maceió e Messias, projeto que, como tantas obras e ideias do seu governo foram interrompidas após o impeachment do presidente Collor em 1992.

Pelo que aqui está posto dá para entender que GB tinha uma linha diferente. Foi isso que o levou a modernizar a PM, com a criação da cavalaria, do batalhão feminino… Que o levou a criar a Fundação Estadual da Pesquisa (Fapeal) ou a comprar o primeiro helicóptero do governo, além de estimular novos nomes na política alagoana, a exemplo do ex-prefeito Pedro Vieira ou do ex-deputado federal João Caldas.

Antes disso, GB se reinventava a cada eleição. Foi deputado federal 5 vezes. Tinha os votos necessários para vencer. Sempre. E tinha um faro imenso na política. Sua inteligência era de fato acima da média. Quase cego, conseguia enxergar longe – literalmente.

A rádio candeeiro, que montou ainda na juventude e fez parte de um movimento de luta pela eletrificação de sua cidade Santana do Ipanema, com a energia da Chesf. O voto camarão (era o tempo do bipartidarismo e do voto obrigatório na Arena ou no MDB. GB, na Arena, mas rompido com os candidatos ao governo e Senado, pedia para o eleitor “cortar a cabeça”).

GB viveu os últimos anos recluso, mas nunca perdeu contato com o mundo exterior. Ele continuava sabendo de tudo, seja pelas ondas do rádio ou pelas conversas com os amigos. Quem conviveu com GB, que pode conhecê-lo mais de perto, certamente vai lamentar sua perda.

Obrigado GB, Gente Boa de Alagoas.

Um breve histórico

Geraldo Bulhões Barros nasceu em 9 de fevereiro de 1938 em Santana do Ipanema. Advogado formado pela UFAL, foi promotor de justiça e procurador antes de se tornar político, tendo sido 5 vezes deputado federal e uma vez governador.

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