Comércio pode abrir 20,7 mil novos estabelecimentos comerciais este ano

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Pelo terceiro ano consecutivo, o número de lojas com vínculos empregatícios registrou retração no varejo brasileiro. No ano passado, o saldo entre aberturas e fechamentos de estabelecimentos comerciais ficou negativo em 19,3 mil unidades. Apesar da sequência negativa, o encerramento de estabelecimentos comerciais foi 82% menor do que em 2016, quando o setor eliminou 105,3 mil pontos de venda.

A crise no varejo brasileiro teve início em 2014. Naquele ano, as vendas encolheram 1,7% em relação a 2013, de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE. Nos dois anos seguintes, o quadro se agravou, com o comércio apurando perdas reais de faturamento de 8,6% e 8,7%, respectivamente. Desse modo, entre 2014 e 2016, o volume de vendas do varejo acumulou retração de 20% em termos de volumes de vendas.

A queda da inflação, a redução dos juros ao consumidor, a reação do mercado de trabalho e até mesmo a disponibilização de recursos extraordinários para o consumo através, por exemplo, da liberação dos saques das contas inativas do FGTS voltaram a criar condições mínimas para o crescimento das vendas e a geração de empregos no setor.

Ao longo de 2017, o comparativo com o mesmo mês do ano anterior mostrou que as vendas começaram a reagir positivamente em abril (+0,5% ante abril de 2016) e aceleraram principalmente na segunda metade do ano. De julho a dezembro, por exemplo, o volume de vendas avançou 7,5% ante o mesmo período de 2016, contra um avanço médio de 0,3% na primeira metade do ano.

Com avanço de 4,0% no volume de vendas, o ano de 2017 pode ter marcado o início da recuperação do setor, não apenas do ponto de vista do volume de vendas, mas também de outro termômetro importante: o nível de ocupação. Ao longo do ano passado, 26,6 mil vagas formais foram criadas – resultado que contrasta com os saldos negativos do auge da crise do setor: -175,2 mil em 2015 e – 176,0 mil em 2016.

A abertura líquida mensal de lojas só possível em virtude do crescimento mais robusto das vendas, levando um semestre para se concretizar, de modo que, em outubro, o setor registrou aberturas de lojas (+854 em relação a setembro) pela primeira vez desde dezembro de 2014 (+2.554 ante novembro daquele ano).

Portanto, essa defasagem entre o comportamento das vendas e os investimentos em novos estabelecimentos comerciais não permitiu que o setor fechasse o ano no azul do ponto de vista do aumento no número de lojas.

Dentre os segmentos, os hiper e supermercados se destacaram negativamente em números absolutos (-5.692), seguidos pelas lojas de materiais de construção (-3.714) e as lojas de utilidades domésticas e artigos de uso pessoal (-2.221). Cabe ressaltar que a diminuição no ritmo de fechamentos de lojas ocorreu em todos os segmentos que acusaram saldos negativos em 2017. Por outro lado, estabelecimentos especializados em itens de informática e comunicação (+21) e farmácias, perfumarias e cosméticos (+426) voltaram a registrar aberturas líquidas após quatro anos.

Regionalmente, a reação do setor se difundiu por todas por todo o país, uma vez que nas 26 unidades da Federação onde foram registrados fechamentos líquidos de lojas no ano passado, os saldos foram menores do que em 2016. Apenas em Santa Catarina – estado a computar o maior aumento de vendas no ano passado (+14,6%) –, houve registro de expansão no número de lojas (+207) em 2017.

Por outro lado, o Rio de Janeiro – responsável por 9% das vendas do varejo nacional e 33% dos fechamentos – destacou-se negativamente. Ainda assim, essa unidade da Federação registrou menos fechamentos em 2017 (6.814) do que no ano anterior (10.839). São Paulo, estado que concentra 29% do faturamento do varejo nacional, perdeu 4.653 lojas em todo o ano passado (24% do total nacional).

Para 2018, a CNC projeta crescimento de 5,1% no volume de vendas do varejo. Levando-se em conta esse cenário e a defasagem existente entre o crescimento contínuo das vendas e a natural contrapartida na abertura de novos pontos de vendas no varejo nacional, a expectativa da entidade é que, ao final deste ano, aproximadamente 20,7 mil novos estabelecimentos com vínculos empregatícios sejam abertos no setor.

Fecomércio/AL

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