AL: Cooperativa e usinas entram com pedido de recuperação

AL: Cooperativa e usinas entram com pedido de recuperação

O alerta feito aqui há cerca de um mês (http://wp.me/p6TEFy-4b4) acaba de se confirmar. Em texto divulgado no final de setembro, antecipei que “se espera uma nova quebradeira no setor sucroalcooleiro de Alagoas. O mercado já se prepara para o “fechamento” de mais usinas no estado”.

De fato. O setor agroindustrial de Alagoas acaba de sofrer um novo abalo. Talvez o maior de toda a sua história. De uma só vez, sete usinas associadas à Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar e do Álcool de Alagoas (CRPAAA) – conhecida como cooperativa dos usineiros – entraram com pedido de Recuperação Judicial (RJ), o que equivale a antiga concordada.

E além disso, outras duas empresas controladas pela cooperativa também ingressaram, nesta terça-feira, 24, com o pedido de RJ, junto à Justiça de Alagoas. A partir do pedido, os diretores da cooperativa esperam conseguir um prazo maior e melhores condições para pagar dívidas com instituições financeiras e fornecedores diversos.

Além das duas empresas coligadas, a Mecânica Pesada Continental S/A e a Coopertrading, esta última atua na comercialização do açúcar que exportado pelas indústrias, sete usinas cooperadas entraram com o pedido de RJ.

Algumas unidades já estão fora de operação. É o caso das usinas Sinimbu (controlada pela própria cooperativa), Capricho (Grupo Toledo) e Porto Alegre (Grupo Olival Tenório). Outras quatro unidades que entraram com o pedido de RJ já estão moendo ou ainda devem moer nesta safra usina Seresta (das famílias Vilela e Gomes de Barros), Sumaúma, Penedo (Grupo Toledo) e Porto Rico (Grupo Olival Tenório).

Dívida milionária

Não se sabe, até agora, qual o nível do endividamento da cooperativa e suas afiliadas. Ao que se sabe, passa de R$ 1 bilhão. Parte deste valor é devido a fornecedores de cana de Alagoas. Ao ingressar com o pedido de RJ, a direção da cooperativa confirma boatos que circulam desde o final da safra passada.

Após o pedido, a Justiça deve decidir, nas próximas horas, se aceita o plano de recuperação apresentado pela cooperativa. A prioridade, nesta fase, é manter as empresas em funcionamento, preservando os empregos. Se aceito o pedido, os credores devem participar do processo, fiscalizando a execução do plano. Se houver falhas, o destino pode ser o mesmo da Laginha Agroindustrial S/A: a falência.


Edivaldo Júnior

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Redação

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