Deputado quer saber se dinheiro do estado financia políticos

O deputado estadual Bruno Toledo (PROS) promete investigar os gastos da Secretaria de Prevenção a Violência com o tratamento de dependentes químicos. E vai começar convocando a secretária Esvalda Bittencourt para esclarecimentos na Assembleia Legislativa de Alagoas.

O anúncio foi feito durante discurso na quinta-feira, 6, na ALE, após encontro de Bruno Toledo, com o arcebispo de Maceió, dom Antônio Muniz.

Segundo o parlamentar, o arcebispo reafirmou denúncias de uso político dos recursos públicos nas casas de acolhimento.

O discurso repercutiu. O deputado estadual Francisco Tenório (PMN), em aparte, pediu que seja dado nome aos bois: “Solicito que o arcebispo denuncie quem está fazendo isso, que ele cite os nomes para que seu ato não generalize todos os parlamentares”, pediu Tenório.

O deputado Leo Loureiro (PPL) considera que os fatos são graves: “Precisamos saber qual o tamanho e como está sendo aplicado o recurso do Fecoep e para onde está indo esse dinheiro. Se está indo para a política precisa é preciso esclarecimento”, disse o parlamentar.

Toledo lembrou que a rede de acolhimento de dependentes químicos é mantida com recursos do Fecoep: “como conselheiro do Fecoep vou pedir explicações sobre o uso desses recursos. São recursos públicos e não podem ser destinados para favorecimento político”, disse.

Quanto é mesmo?

Saber para onde vão os recursos do Fundo Estadual de Erradicação da Pobreza não é tarefa difícil. Uma consulta ao Portal da Transparência e é possível verificar que os recursos do Fecoep são destinados para projetos distintos. Do pagamento de bolsas para estudantes da Uncisal, passando pela ajuda de custos com alimentação na Uneal, compra de sementes na Secretaria de Agricultura, financiamento de obras na área de Saúde, projetos da Secretaria de Assistência Social, até a pagamentos para manutenção da rede “Acolhe Alagoas”, cujos gastos estão sendo questionados pelos deputados.

Levantamento realizado no portal mostra que no atual governo, entre janeiro de 2015 até março de 2017, os repasses para as instituições que fazem parte da rede “Acolhe Alagoas” – as casas de acolhimento – chegaram a R$ 13,9 milhões, menos de 20% dos gastos registrados pela Seprev no período, que chegaram a R$ 76,9 milhões.

A maior despesa da Seprev não é como se imagina para a rede de acolhimento, mas para pagar serviços prestados. No mesmo período, os gastos com pagamento de prestadores de serviços chegaram a 23,7 milhões

Para onde vai o dinheiro?

No portal da transparência também é possível identificar quais instituições são beneficiadas com o pagamento da rede “Acolhe Alagoas”. Só não dá para saber quanto é gasto por cada dependente químico acolhido, nem quanto dependentes são tratados por instituição. Da mesma forma que não são revelados nomes ou valores pagos a prestadores de serviço.

Depois, volto com mais.

Leia aqui texto da Assessoria de Comunicação da ALE sobre a denúncia do deputado Bruno Toledo:

http://www.al.al.leg.br/comunicacao/noticias/bruno-toledo-repercute-denuncias-contra-a-rede-de-acolhimento-de-dependentes-quimicos

Acesse aqui os valores pagos por instituição da rede “Acolhe Alagoas” entre janeiro de 2015 e março de 2017.

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Edivaldo Junior

Edivaldo Junior

Edivaldo Junior é jornalista, colunista da Gazeta de Alagoas e editor do caderno Gazeta Rural

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