Sem dinheiro, muitos candidatos pensam em desistir da campanha

Sem dinheiro, muitos candidatos pensam em desistir da campanha

A história é a mesma. Parece até um mantra. Com quem falo, a informação é sempre a mesma: “não tem dinheiro para a campanha”. Dinheiro legal, é verdade, não tem.

Assim, candidatos que não são ricos ou que não reservaram recursos para a eleição estão “urrando” atrás de financiadores – e não encontram.

As empresas não podem doar. Os empresários que podem doar como pessoa física tem medo de virarem alvo de algum tipo de investigação.

Nesse cenário, as campanhas tendem a ficar mais baratas. Marqueteiros que cobravam R$ 2 milhões em 2014 estão aceitando negociar por até 10% desse valor.

Um “pacote fechado” de produtora de vídeo (que inclui edição, captação, redação, etc) saía por até R$ 5 milhões em Alagoas nas eleições de 2014. Este ano, o “kit” está sendo negociado entre R$ 300 mil e R$ 500 mil.

A redução do valor também é resultado das mudanças de regras eleitorais. O guia eleitoral está menor (apenas 10 minutos – antes eram 30) e boa parte do programa tem que ser gravada com a fala do candidato, o que reduz os custos.

Em Maceió, vários candidatos a vereador estão “jogando a toalha”. Quem espera conseguir pelo menos R$ 1 milhão com deputados e prefeitos, estão recebendo por enquanto apenas promessa de apoio logístico e material gráfico – o que representa bem menos de R$ 100 mil.

“Tem um candidato a vereador que veio pedir R$ 350 mil para não desistir da campanha. Eu disse a ele que se depender desse dinheiro, desista. Não sei se teremos sequer dinheiro para ajudar na gasolina, quanto mais para pagamento de lideranças e cabos eleitorais”, revela um candidato majoritário de Maceió.


EJ

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Redação

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