Temer: quem decide destino do país é o Senado e não o povo

Temer: quem decide destino do país é o Senado e não o povo

A edição deste domingo da Folha de S. Paulo circula com entrevista do interino Michel Temer a Maria Cristina Frias, colunista e acionista do jornal, e ao jornalista Valdo Cruz.

Nela, Temer deixa claro que, para ele, 54 votos do Senado são mais importantes do que os 54 milhões obtidos pela presidente eleita Dilma Rousseff.

– Na hipótese de o Senado aprovar a volta da presidente, será bom ou ruim para o país? – questionaram os entrevistadores.

– Ah, não sei, quem vai dizer isso é o povo. Ou melhor, quem vai dizer será o Senado.

Temer também prometeu privatizar os dois aeroportos mais movimentados do País (Congonhas e Santos Dumont) e disse que suas medidas impopulares virão após o eventual fim da interinidade.

“Entraram em pauta os aeroportos de Congonhas e Santos Dumont, o que deve dar uma boa soma. Não quero dizer que haja uma confirmação, mas pensa-se nesses dois aeroportos. Tudo isso vai abatendo do deficit”, disse ele, sobre as privatizações. “Eles vão levantar a lista do que é privatizável. Correios acho complicado, porque deu prejuízo muito grande. A Petrobras não dá, tem uma simbologia muito grande.”

Temer também foi questionado sobre a incoerência de sua política fiscal, que fala em ajuste, no mesmo tempo em que promove aumentos de despesa quantificados em R$ 125 bilhões. “As pessoas acreditam que o governo é um foco só. Governo só existe para fazer restrições e impedir gastos. Governo não é isso. Imaginou se eu não cumprisse esses acordos [de aumento do funcionalismo], feitos no governo anterior? Os servidores do Judiciário entram em greve, os do Ministério Público, também, os servidores civis entram em greve e fazem movimento nas ruas. Seria um desastre, até porque eles legitimamente diriam que havia um acordo com o governo. E não é o governo passado ou atual, é o governo do Brasil.”

O interino foi também questionado sobre quando mandaria as reformas trabalhista, que flexibiliza a CLT, e a da Previdência, que aumenta a idade mínima de aposentadoria para o Congresso. “Depois do impeachment. Não há nem condições para ser antes. Temporalmente”, afirmou, deixando claro que suas medidas impopulares ficam para depois do eventual fim da interinidade.

Melhorou para Cunha

Em relação ao aliado Eduardo Cunha, ele diz que não o aconselhou, mas admite que sua situação melhorou. “Ele não é homem de receber conselhos. Não convenço ele de nada, sempre foi assim. Eu até, pessoalmente, sem nunca ter dado conselho direto, acho que, para ele, foi melhor”, afirmou.

Sobre a Lava Jato, ele disse que não teme ser atingido. “Zero de chance. Não tenho a menor preocupação. Porque nunca me meti nisso. Nunca entrei nessas histórias. Há uma notícia, mas depois aquilo não cola, não vai para a frente. Não tenho a menor preocupação. Zero. Pode botar um zero em letras garrafais.”

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Brasil 247

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Redação

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