Renan não quer entrar para história como “conspirador” ou “golpista”

Renan não quer entrar para história como “conspirador” ou “golpista”

O que está em jogo hoje na República não é apenas uma decisão de poder, eleição indireta ou golpe. O presidente do Congresso Nacional está no olho do furacão e trabalha para sair inteiro do processo. Não será fácil. Eduardo Cunha pode levar outros juntos com ele para a “lama”.

O senador Renan Calheiros não quer ficar marcado para a história como o acelerador de um impeachment que não tem crime material, revela um importante interlocutor, muito próximo do presidente do Senado.

A história vai contar, daqui a alguns anos, acredita esse interlocutor, que “lá atrás quando cassaram a Dilma, foi por impopularidade, que tinha problemas de corrupção no governo, que governo estava ruim, mas que não tinha crime material, objetivamente, contra a presidente”.

Na avaliação do interlocutor – que não é diferente da de Renan Calheiros – a cassação de Dilma Rousseff não aconteceria se ela tivesse com popularidade alta ou se não tivesse “errado muito na política”.

Ao tentar dar um caráter republicano e um rito “normal” ao processo de impeachment Renan Calheiros se diferencia de Eduardo Cunha, que teria agido por “vingança” e deve preservar sua permanência na presidência do Senado até o final do período (fevereiro de 2017).

Ainda assim, o seu papel na história que só será escrito, efetivamente, daqui a alguns anos, poderá não ser o desejado.  Se de fato não há crime de responsabilidade, Renan Calheiros terá “comandado” a cassação de um presidente da república, num processo que ficará marcado como um “golpe parlamentar” ou “eleição indireta”.

Para quem foi às ruas, defender mudanças, por enquanto, só sobrará a frustração. Para o futuro, o que se espera é que toda essa crise resulte numa efetiva mudança na política. O brasileiro, quem sabe, poderá aprender a votar melhor, tirando da política os deputados e senadores que hoje cuidam em sua maioria, no Congresso Nacional, dos seus próprios interesses e não da população.

EJ

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Redação

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