Alagoas vai perder espaço num eventual governo de Michel Temer

Alagoas vai perder espaço num eventual governo de Michel Temer

As articulações para a formação do novo governo avançam à medida que se aproxima a data da votação da admissibilidade do impeachment no Senado, prevista para 11 de maio. A expectativa é que a posse de Michel temer ocorra na sexta-feira, 13 de maio.

Até lá o vice-presidente segue negociando a formação da sua equipe, que será menor do que a atual – a ideia é reduzir o número de ministérios de 39 para 24 – e formada por caras conhecidas e com peso maior do eixo Rio/São Paulo.

O espaço político do Nordeste será reduzido no novo governo. E Alagoas, pelo que sabe, perderá a maioria dos cargos nacionais indicados por deputados e senadores do Estado.

Até antes da votação do impeachment na Câmara Federal (17 de abril), os alagoanos ocupavam – outros continuam até hoje nos cargos – cargos estratégicos na CBTU, Codevasf, DNIT, entre outros. Alguns ministros, caso da Integração e Transportes era mantidos com a ajuda de parlamentares alagoanos.

Com a mudança de governo, Alagoas perderá espaço e influência no Planalto. Junto ao novo governo, o único que terá alguma influência – menor do que tem hoje – será Renan Calheiros, pela sua função – de presidente do Senado.

De resto, pelo que se sabe, Temer já cortou espaço até da bancada do PMDB na Câmara Federal. Para formar um ministério de “notáveis”, com nomes como de José Serra, Romero Jucá, Henrique Meirelles, José Carlos Aleluia, Henrique Alves, Moreira Franco, Geddel Vieira Lima e Eliseu Padilha

Excluídos

Segundo a coluna Radar, de Veja, deputados do Nordeste que votaram pelo impeachment de Dilma Rousseff acreditam que Michel Temer está muito focado no Sul e Sudeste:

“A percepção da bancada nordestina é que Geddel Viera Lima e Henrique Alves são da cota pessoal de Temer, e não entram no cálculo para a divisão da Esplanada no eventual próximo governo”.

Já o blog de Lauro Jardim, de O Globo, diz que “deputados do PMDB fizeram chegar a Michel Temer que estão sentindo-se desprestigiados”:

Ao verem o futuro de Eliseu Padilha, Moreira Franco e Henrique Alves pavimentado e nenhum deputado do partido convidado, a turma tem dito que o governo Temer será “um almoço para amigos”.

Um deles lembrou que, na carta de Dilma para Temer, ele só defendeu interesses de seus amigos. E, no governo Dilma, eles tinham três ministérios.

Quem perde e quem ganha

Nesse cenário, os parlamentares de Alagoas devem se contentar com a indicação de cargos locais.

Em princípio, os deputados que votaram contra o impeachment – Paulão (PT), Ronaldo Lessa (PDT) e Givaldo Carimbão (PHS) – podem perder as indicações que mantém em Alagoas (Incra, MDS, SRT, Codevasf, entre outros). Os cargos devem ser redistribuídos com a bancada de apoio ao novo governo, que deve incluir como novidade o deputado federal Pedro Vilela (PSDB) e Cícero Almeida (PMDB).

JHC, que votou a favor do impeachment, promete seguir fazendo oposição ao governo.

Os outros deputados que votaram pelo impeachment -Marx Beltrão (PMDB), Arthur Lira (PP) e Maurício Quintella (PR) tendem a manter os cargos atuais, com chances de ampliação (superintendência da Pesca, Porto, Correios, Dnit e Dnocs).

O governo não deve mexer em cargos que estão na “cota” do PMDB: Superintendência Federal de Agricultura, Conab, Funasa etc. Os indicados para o cargo são ligados ao presidente do Senado. Embora Renan Calheiros não feito nenhuma destas indicações (e não fará nua eventual gestão de Temer), ninguém no governo acha “aconselhável” tirar os amigos do senador de seus cargos.

Perdendo força

Depois de um encontro com Michel Temer, Maurício Quintella deixou a liderança do PR poucos dias antes para votar a favor do impeachment. O deputado chegou a ser cotado para um ministério no governo Dilma Rousseff e tinha diretorias nacionais na Codevasf e DNIT, deve começar no próximo governo com espaço reduzido, com poucas chances de emplacar um cargo nacional.

Com placar já decidido no Senado, os “mimos” de Temer agora são todos para partidos de oposição, especialmente PSDB e DEM. Já se sabe que partidos como PP, PSD e PR, que perderam importância após a votação do impeachment, terão espaço menor no futuro governo.


EJ

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Redação

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