Governo garante continuidade de programa que leva educação para campo

Governo garante continuidade de programa que leva educação para campo

A educação de assentados e acampados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) foi pauta na sexta-feira (26), na sede do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral), no Jaraguá.

Os assentados pediram apoio do Iteral e do Governo do Estado para o projeto educacional da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) desenvolvido há dois anos em Alagoas.

Durante o encontro, que contou com a participação de trabalhadores rurais, educadores e autoridades, foi discutida a continuidade do projeto educacional do Movimento de Educação de Base, vinculado à CNBB, em parceria com o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) (MEB/Pronera), que viabiliza a alfabetização e o letramento no campo.

Carlos Lima, coordenador da CPT em Alagoas, falou da importância do projeto nos acampamentos e assentamentos. “Tivemos centenas de alfabetizados neste projeto e queremos continuar levando educação para nossos acampados e assentados, por isso o apoio do Governo do Estado, com Iteral, Gabinete Civil é em parceria com o Incra é fundamental para a permanência desse projeto que formou 60 turmas em dois anos.

No evento, também houve a apresentação de um balanço do projeto e a apresentação de um vídeo com educadores e alunos. “Nós alfabetizamos 872 alunos na primeira etapa do projeto, que durou 10 meses, e na próxima segunda-feira (29), vamos alfabetizar mais 947 alunos. Foi um desafio muito grande nesses dois anos, desde a capacitação dos educadores até o incentivo aos alunos, mas com humanidade, ética e disposição nós conseguimos chegar até aqui e queremos mais”, disse Maria das Graças, coordenadora pedagógica do projeto em Alagoas.

Para o diretor-presidente do Iteral, o projeto MEB/Pronera tem que continuar. “Ver o depoimento no vídeo do senhor Luiz, de 97 anos, dizer que estuda no assentamento e que a educação vai até o fim da vida é emocionante e um estímulo para que a gente enquanto governo promova a continuidade deste projeto no campo. Vou levar ao conhecimento do governador e o Iteral vai fazer o que for preciso para que a educação no campo seja de qualidade”, frisou Jaime Silva.

A gerente de Articulação Social do Gabinete Civil, Edenilza Lima, participou do encontro e disse que o governo irá abraçar a causa. “A solicitação já foi enviada para a Secretaria de Educação para nós abraçarmos a causa. Nossa proposta é ampliar e levar o projeto para os povos tradicionais e enquanto articulação social vou viabilizar um encontro com o governador e o secretário de educação para que seja construído um modelo e a continuidade do projeto, que é educacional, de desenvolvimento intelectual e um direito de todos”, afirmou Edenilsa Lima.

“Moro em assentamento e não tenho vergonha disso porque é muito bom acordar e tirar o meu alimento do pé enquanto o pessoal na cidade tem que comprar, mas quero que todos saibam que a mesma mão que pega na enxada é a que pega no lápis para estudar e o homem do campo merece uma educação digna e de qualidade, que hoje é precária”, disse Jesiane Pereira Gomes, educadora do Assentamento Eldorado dos Carajás, no município de Branquinha.

“Nós improvisamos como podemos porque não temos quadro, nem filtro com água para os alunos, muito menos lanche. Nosso quadro é um papelão que usamos para explanar os assuntos e nossa água é de pote”, disse José Arnaldo de Assis, educador do Assentamento Nossa Senhora Aparecida, em Água Branca.

O evento contou ainda com a presença da presidente do Incra, Lenilda Lima, e do coordenador do MLST, Josival Oliveira. “Conhecimento é poder e um direito de todos do campo, por isso que esse projeto deve continuar com o apoio do Pronera”, finalizou Lenilda Lima.


Ascom Iteral

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Redação

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