O STF (Supremo Tribunal Federal) determinou o sequestro dos bens do senador Benedito de Lira (PP-AL) e do filho dele, o deputado Arthur Lira (PP-AL), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, ambos réus num dos processo relacionados ao esquema de corrupção da Petrobras.
A decisão estabelece o sequestro de até R$ 2,6 milhões do deputado e R$ 1,6 milhão do pai dele. O despacho foi assinado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo, atendendo a uma solicitação da PF e da PGR (Procuradoria-geral da República).
No documento, Teori cita as informações contidas nos depoimentos do dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, que firmou acordo de delação premiada com o Ministério Público.
O empreiteiro contou que, em 2011, Arthur Lira exigiu R$ 1 milhão em doações, segundo Pessoa, para que as “portas” da Petrobras permanecessem “aberta”s à UTC.
De acordo com o empresário, o deputado alagoano foi incisivo e pediu R$ 1 milhão “de forma bastante contundente”.
O ministro do STF esclareceu, em seu despacho, que a diferença de valores a serem sequestrados dos dois parlamentares se dá porque a denúncia não sustenta que Benedito tenha se beneficiado do montante que seu filho pediu a Ricardo Pessoa.
Teori finaliza, pedindo que o Banco Central seja informado da decisão para operacionalizar o sequestro do bens.
OUTRO LADO
Advogado de Arthur Lira, Pierpaolo Bonttini afirmou que não tem como se pronunciar no momento. “Estamos no Supremo desde meio-dia, tentando acesso à decisão. Até agora, nada. Assim, não é possível falar sobre algo que não conheço”, justificou.
O senador Benedito de Lira informou, por meio da assessoria de imprensa, que recebeu a notícia com surpresa. Reiterou que todas as doações que recebeu foram legais, aprovadas pela Justiça, e acrescentou que já apresentou sua defesa e confia no Judiciário.
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Folha de S. Paulo
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