Maceió registra redução no número de famílias endividadas

Maceió registra redução no número de famílias endividadas

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) aponta para uma redução no percentual de famílias com dívidas entre os meses de outubro e setembro em -1,4%, embora tenha apresentado alta de 2,1% em relação ao mesmo período do ano anterior (out/2014) e de 4,6% em relação à janeiro de 2015. De acordo com a pesquisa, Maceió acompanha a tendência nacional nesse quesito, pois registrou uma diminuição das famílias endividadas de -0,9%; de 65,2% em setembro para 64,3% em outubro. A pesquisa é produzida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) em parceria com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL).

Na capital alagoana, a redução se manteve em relação à análise anual (outubro/2014 – outubro/2015), período que registrou -2,9% de famílias endividadas; muito embora de janeiro à outubro do corrente ano tenha sido registrado um leve aumento de famílias endividadas em 0,2%.

O economista da Fecomércio AL, Felippe Rocha, explica que a PEIC tem como pano de fundo entender a dinâmica do emprego na região. “A inadimplência é fruto do desemprego ou da falta de educação financeira”, afirmou.

A análise nacional indica que o total de famílias endividadas, com contas em atraso e inadimplentes reduziu. Em Maceió, esse fato não sucedeu da mesma maneira, pois mesmo com uma redução do ponto de vista mensal do total de endividados, houve um aumento da parcela de famílias que estão com contas em atraso de 4,2%, isto é, de 22,2%, em setembro, para 26,4% em outubro. Além do aumento das famílias inadimplentes em 0,8%, o que representa um aumento de 2.474 indivíduos inadimplentes em Maceió. Em setembro, contabilizávamos 43.227 indivíduos, agora em outubro já são pelo menos, 45.701, representando, em porcentagem 14,9% em setembro e 15,7% do total dos consultados na região, respectivamente.

De acordo com Felippe, essa situação é explicada pela dinâmica do emprego em Maceió, considerando os dados do CAGED/MTE, entre janeiro a setembro deste ano. “Todos os setores econômicos da capital apresentaram redução do seu quadro de funcionários, excetuando-se o setor de serviços, que manteve um saldo positivo, explicado pela rede hoteleira e pelas administradoras de condomínio. O desemprego da capital ajuda a explicar o aumento do nível de famílias/indivíduos que estão com contas em atraso e/ou estão inadimplentes. Devemos ressaltar que no geral, para Alagoas, há uma recuperação do emprego formal, embora seja explicado em magnitude pela contratação do setor da indústria de transformação (em grande parte, as usinas sucroenergéticas), que vem contratando nos municípios do interior do Estado”, ressaltou.

Dentre os entrevistados da Fecomércio AL, o perfil de endividamento das famílias (avalia as dívidas em cartão de crédito, cheque pré-datado, carnês de loja, empréstimo pessoal, prestações de carro e seguro) melhorou substancialmente de setembro para outubro, para os muitos endividados diminuiu em -2,4% com relação ao mês anterior. Houve um aumento das famílias pouco endividadas, em 1,4% e dos que não possuem dívidas também obtiveram uma melhora de 0,9%.

Para Maceió, o grande responsável pelas dívidas no orçamento familiar é o cartão de crédito (87,7%), valor que representa uma queda com relação ao mês anterior, em -0,5%. Com os carnês de loja e o empréstimo pessoal, figurando na segunda e terceira posição, com 9,6% e 5,0%, respectivamente, para ambos os casos, houve um aumento na parcela de indivíduos que estão com dívidas deste tipo, de 1,3% com relação ao mês anterior para os carnês de loja e 1% para a aquisição de empréstimos pessoais.

Dentre as famílias com dívidas em atraso, houve um aumento substancial dos que indicaram não ter condições de pagá-las, em setembro 14,9% dos entrevistados afirmaram não ter condições de pagar os atrasados, em outubro esse percentual aumentou para 17,9%, um aumento de 3% com relação ao mês anterior. Embora o tempo de pagamento em atraso, inferior a 30 dias tenha diminuído, em 0,1% com relação a setembro, houve um aumento das pessoas em débito entre mais de 30 e menos de 60 dias, de 4,1%.

O comprometimento da renda na capital com dívidas das famílias também subiu, das famílias que comprometem mais de 50% de sua renda com dívidas houve um aumento de 0,4% e as famílias que comprometeram entre 11% a 50%, aumentou 2,4%, havendo uma redução para as famílias que comprometem apenas até 10% da renda, de 14,4%. O nível de comprometimento médio da renda aumentou em 4,4% no período de setembro a outubro.

No Brasil, o tipo de dívida mais comum por ordem é o cartão de crédito, carnês de loja e financiamento de carro. Em Maceió, ao invés de financiamento de carro, a modalidade de empréstimos pessoais tem aumentado, o que pode representar a insuficiência de renda doméstica por conta do desempenho negativo da contratação na capital.

Pelas análises, o comércio de final de ano não deverá ser tão aquecido, com contratação tímida de temporários e uma elevação baixa das vendas reais, já que as famílias tenderão a utilizar o 13º salário para colocar as contas em dia e reverter seu quadro de inadimplência.

NACIONAL

O percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso se manteve estável entre setembro e outubro de 2015, após sete meses seguidos de alta (gráfico 1). Já o percentual que relata o nível de inadimplência, relatou uma leve redução entre setembro a outubro de 2015, embora na comparação anual (de outubro de 2014 a outubro de 2015), tenha ocorrido uma alta de 3,1%, na comparação a partir de janeiro o aumento da inadimplência contabiliza 2,1%.

Dentre os entrevistados, o percentual das famílias que relatou ter dívidas com cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro, alcançou 62,1% em outubro, representando uma queda de 1,4% com relação ao mês anterior (setembro de 2015), desta modalidade de dívida no cenário nacional. Havendo um aumento de 1,9% na comparação anual de outubro de 2014 a outubro de 2015.

Interessante observar que o nível de endividamento com relação ao mês anterior deu-se em todas as faixas de renda, contudo, na comparação anual houve aumento para todas as faixas de renda. Dentre as famílias que recebem até 10 salários mínimos, houve uma redução no total de dívidas de -1,3% com relação ao mês imediatamente anterior (de 65,1% em setembro para 63,8% em outubro), no comparativo anual, ocorreu um aumento de 1,9% (de 61,9% em outubro de 2014 para 63,8% em outubro de 2015). Já para as famílias que possuem renda superior a 10 salários mínimos, o percentual das famílias endividadas, passou de 55,6% em setembro de 2015 para 54,1% em outubro 2015, representando uma queda de 1,5%, na comparação mensal, enquanto que no comparativo anual, ocorreu um aumento de 1,7%, 52,4% em outubro do ano passado para 54,1% em outubro do ano corrente.

Dentre os vilões da dívida das famílias, o cartão de crédito foi apontado como a principal, por 78,5% das famílias endividadas, seguido pelos carnês de lojas, com 16,6%, e em terceiro, o financiamento de carro, por 13,4%. Contudo, existe uma pequena distinção no tipo de dívida que compromete o orçamento familiar entre as duas faixas de renda. Para famílias que possuem renda familiar mensal de até 10 salários mínimos, o primeiro, segundo e terceiro lugar são respectivamente, cartão de crédito, 79,6%; carnês de loja, 18,1%; e financiamento de carro, 10,8%. Para famílias com renda superior aos 10 salários mínimos, o cartão de crédito, o financiamento de carro e o financiamento de casa, são aquelas dívidas que mais comprometem a renda familiar.

No geral, o endividamento das famílias se manteve relativamente estável, com leve aumento para a quantidade de famílias inadimplentes, tendo em vista o aumento de desempregados a nível nacional já que, segundo dados do CAGED/MTE, entre janeiro a setembro deste ano houve uma redução de 729 mil empregos, o que impacta consideravelmente na capacidade de pagamento de dívidas das famílias.

Ascom Fecomércio

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