Programa Brasil Alfabetizado forma mais de três mil pessoas no agreste alagoano

Região teve alto índice de aproveitamento; formandos continuarão estudos na Educação de Jovens e Adultos
Programa Brasil Alfabetizado forma mais de três mil pessoas no agreste alagoano

Laços de sangue unem Iraci Gonzaga e Fabiana de Freitas, respectivamente tia e sobrinha. No entanto, na última sexta-feira (31), algo mais fortaleceu a ligação entre as duas mulheres de Lagoa da Canoa. Juntas, elas puderam comemorar a formatura de Iraci no Programa Brasil Alfabetizado (PBA) da 5ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), onde Fabiana atuou como alfabetizadora e professora da própria tia.

A história de Iraci não difere de outros moradores da região. Quando criança, o trabalho no campo a impediu de estudar e, aos 17 anos, foi para São Paulo em busca de melhores oportunidades. Há cinco anos, voltou à terra natal e hoje, aos 57, aprendeu a ler e escrever.

“Estou muito animada, gostei muito de aprender e vou continuar estudando”, avisou Iraci. Fabiana, sua maior incentivadora, conta que fez uso da literatura de cordel durante o processo de alfabetização da tia. A experiência deu tão certo que Iraci declamou cordel de sua autoria durante a cerimônia de certificação do PBA, ocorrida no Planetário de Arapiraca.

“Ela era muito dedicada aos estudos e quando percebi que tinha interesse pelo cordel, trabalhamos constante com poemas. E hoje leu versos de sua autoria. Ela me orgulha muito e é um exemplo para muitas pessoas”, afirmou Fabiana.

Alto aproveitamento – A 5ªCRE contabilizou 3.210 inscritos na oitava etapa do PBA, iniciada há oito meses. Deste quantitativo, 3.194 continuaram os estudos até o fim, o que representa um aproveitamento de mais de 95% entre as 355 turmas criadas.

O principal destaque desta etapa foi o município de Traipu, que teve 900 alfabetizandos formados, seguido por Girau do Ponciano, com 874 concluintes e Craibas, onde 550 pessoas aprenderam a ler e escrever. Deste quantitativo, 90% é oriunda da zona rural.

É o caso da dona de casa Quitéria Santos Oliveira, de Traipu, que deixou de estudar ainda na 3ª série e retornou às salas de aula graças ao PBA. “Queria muito saber escrever meu nome e estou muito feliz por isso. Não vou parar mais”, revelou Quitéria.

A coordenadora da 5ªCRE, Wilany Felix Barbosa, comemorou os resultados que o programa alçou na região. “Tivemos uma taxa de desistência muito baixa entre os alunos e isso nos alegra muito, pois o PBA é uma porta de entrada para a Educação de Jovens e Adultos, onde eles poderão continuar seus estudos, seja na rede municipal ou estadual”, pontuou

EJA – De acordo com Nazaré Nobre, diretora de Articulação Institucional da SEE, 11 mil alunos egressos de edições anteriores do PBA concluirão o 1º segmento de EJA do Ensino Fundamental em outubro. “Também estamos esperando resolução do Ministério da Educação sobre a próxima etapa do Brasil Alfabetizado”, adiantou.


Ascom SEE

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Redação

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