Na crise, parcelamento de salários vira ‘moda’ e assusta equipe de Renan Filho

Na crise, parcelamento de salários vira ‘moda’ e assusta equipe de Renan Filho

Estados vizinhos, donos de uma economia mais robusta que a de Alagoas, Sergipe e Pernambuco estão recorrendo a um artifício para pagar os salários de seus servidores: o parcelamento ou o atraso no calendário. Nada diferente do que acontece com o Rio Grande do Sul, um dos estados mais ricos do país, que não consegue pagar mais em dia seu funcionalismo.

Secretários e técnicos da equipe de Renan Filho estão se prendendo a estes e outros argumentos para manter inalterada a proposta de reajuste para os servidores estaduais de Alagoas em 5% dividido em três parcelas.

Sabe-se que após a primeira reunião de intermediação com o presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, desembargador Washington Luiz, na semana passada, o governador Renan Filho conversou com George Santoro (Fazenda) e Christian Teixeira (Planejamento e Gestão) para avaliar a possibilidade de uma proposta maior para os servidores.

O cenário traçado por Teixeira e Santoro foi preocupante. O secretário da Fazenda avisou que não há expectativa de aumentar a receita no segundo semestre. Em caso de um resultado pior do que o esperado, o que é possível, ele avisou que Alagoas terá de atrasar o pagamento de salários.

Já o secretário do Planejamento e Gestão avisou que o impacto dos reajustes propostos até o momento está acima do ‘suportável’ para as finanças do estado na atual situação.

Depois de ouvir, os argumentos e estudar novamente os números, Renan Filho decidiu manter a proposta dos 5%. É isso ou corre o risco de ser nada. O governo parece disposto a enfrentar o desgaste com lideranças sindicais, considerado um prejuízo menor do que um eventual atraso no pagamento de salários.

Atualmente, a folha de Alagoas já é paga fora do mês e normalmente é encerrada no mês seguinte. A primeira opção, se o caixa apertar, seria transferir o pagamento da 1ª faixa para o dia 10 e da 2ª faixa para o dia 20.

“Alagoas já viveu esse drama de atraso de salários e precisamos ter a responsabilidade de manter os pagamentos em dia. Por isso só podemos chegar aos 5%. Mais do que isso, Alagoas corre o risco de seguir o exemplo de outros estados que começaram a atrasar salários este ano”, costuma repetir Teixeira.

Os ‘exemplos’ dos outros estados

Sergipe, Pernambuco e Rio Grande do Sul enfrentam neste mês de julho protestos e insatisfações de servidores por causa do parcelamento ou mudança no pagamento da folha de pessoal.

Veja alguns exemplos que circulam na mídia:

Em Pernambuco:

Publicado em 20/07/2015

Governo muda tabela de pagamento salarial dos servidores para ganhar fôlego no caixa

Medida será debatida nesta segunda-feira (20) pela oposição. Secretário da Fazenda, Márcio Stefanni, anuncia nova redução de R$ 300 milhões no custeio e diz que “outras medidas” serão adotadas para garantir o equilíbrio das contas do Estado

http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/politica/pernambuco/noticia/2015/07/20/governo-muda-tabela-de-pagamento-salarial-dos-servidores-para-ganhar-folego-no-caixa-190960.php

Em Sergipe

29/07/2015 16h21

Parcelamento de salários anunciado pelo governo de SE revolta categorias

Categorias ficaram revoltadas após o governo de Sergipe anunciar que vai parcelar o salário do funcionalismo público. Segundo o governo, o pagamento começa nesta quinta-feira (30), com funcionários da Secretaria de Estado de Educação serão os primeiros a receber.

http://g1.globo.com/se/sergipe/noticia/2015/07/parcelamento-de-salarios-anunciado-pelo-governo-de-se-revolta-categorias.html

No rio Grande do Sul

30/07/2015

Servidores do Estado protestam contra parcelamento de salários

Ato foi realizado em frente ao prédio do CAFF, em Porto Alegre. Palácio Piratini vai anunciar nesta sexta (31) se vai parcelar vencimentos.

http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2015/07/servidores-do-estado-protestam-contra-parcelamento-de-salarios.html

Edivaldo Junior

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Redação

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