Cuidados específicos diminuem índices de úlceras em pacientes do HGE

Cuidados específicos diminuem índices de úlceras em pacientes do HGE

A nutrição adequada é um dos mais importantes aspectos para o sucesso do processo de cicatrização das úlceras por pressão, também denominadas úlceras de decúbito. Para evitar o aparecimento delas, é importante não deixar o interno na mesma posição durante várias horas, assim como o uso de colchões próprios para pacientes sem locomoção também acaba por auxiliar nesse processo.

No Hospital Geral do Estado (HGE), o uso de colchões específicos no tratamento de pacientes com dificuldades de locomoção é utilizado e auxilia na redução de úlceras por pressão, popularmente conhecida como “escaras”. A unidade já conta com 100 colchões pneumáticos que possuem um sistema de alívio de pressão alternada. São 130 células uniformes, que distribuem a pressão do corpo de forma alternada.

Nas unidades fechadas, como UTI Geral, UTI pediátrica, Unidade de Dor Torácica (UDT) e Recuperação Pós Anestésica (RPA) já foram implantados os colchões pneumáticos. Pacientes classificados como “de risco” pelo Serviço de Atenção à Pele e Feridas fazem uso desses colchões.

De acordo com a enfermeira Rosário Albuquerque, coordenadora do Serviço no HGE, pacientes acamados ou com dificuldades de locomoção, sedados, vítimas de traumas medulares, AVC, idosos, dentre outros, sofrem maiores riscos de desenvolver as feridas. A pele se manifesta, primeiramente, com uma vermelhidão e em seguida é rompida, aparecendo o ferimento.

Segundo a enfermeira, o tratamento sistematizado e adequado auxilia na qualidade de vida dos pacientes que sofrem com feridas de difícil cicatrização. “Em 2010, 47% dos pacientes internados na UTI do hospital desenvolviam úlceras por pressão, hoje, com a implantação do uso dos colchões, menos de 10% dos nossos pacientes desenvolvem úlceras”, completou.

A enfermeira ressaltou a importância da padronização dos produtos utilizados na prevenção das úlceras por pressão, como as placas de hidrocoloides, filme transparente de poliuretano. Além de reduzir os custos com o tratamento, resulta na redução significativa de internações hospitalares, principalmente por complicações infecciosas como osteomielites, infecções de partes moles e outras causas como enxertias e debridamentos recorrentes, entre outros.

“Estamos realizando uma campanha interna de conscientização para evidenciar os profissionais de saúde sobre os cuidados com os colchões, esclarecendo o uso com seringas e outros materiais sob ele. A intenção é deixar bem claro para os profissionais a importância do material no tratamento do paciente e o quanto cada um deve ser zelador do que a unidade possui”, ressaltou.

A campanha

Implantada em todas as áreas fechadas do hospital e áreas afins, a campanha consiste na utilização de cartazes e folders de alerta. Paralelo a isto, a enfermeira percorrerá a unidade hospitalar explicando sobre o uso dos colchões e a relevância deles no tratamento dos pacientes.

Maria dos Anjos de Almeida, de 75 anos, está internada no HGE e já começou o tratamento com o uso do colchão, alimentação balanceada e curativos específicos. Acamada e sem locomoção nas pernas, ela sofre com úlceras por pressão há três anos. “Já tenho me sentido melhor. É terrível ter uma ferida que não cicatriza. Fico feliz ao saber que estou sendo tratada por profissionais com experiência no tratamento dessas úlceras”, relatou dona Maria dos Anjos.

O tratamento da paciente envolve terapias multiprofissionais, com nutricionistas, médicos, fisioterapeutas e equipe de enfermagem.

Agência Alagoas

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Redação

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