Que George Santoro e Isaac Jacson não falam mesma linguagem, quando se trata de reajuste do servidor público, isso já se sabe.
Mas o problema agora não é alfabético, mas matemático.
O secretário da Fazenda diz que não tem dinheiro, nem margem na Lei de Reajuste Fiscal para conceder reajuste para os servidores públicos. Qualquer “ação” nesse sentido vai depender única e exclusivamente da decisão política do governador Renan Filho.
O dirigente da CUT/AL discorda. Para Jacson o governo erra nos cálculos (propositalmente ou não) da previdência, o que deixaria brecha para a concessão de 6,4% do IPCA ao funcionalismo.
Isac diz que o Estado inclui no cálculo da LRF quase R$ 500 milhões (valores de 2014) do desconto da previdência de 11% do salário dos servidores. Se o valor descontado do trabalhador e que vai para o pagamento dos aposentados e pensionistas “não entrasse” no cálculo da LRF, ele diz que o limite de gastos com pessoal em Alagoas hoje seria de 46% e não 49%.
Na avaliação da CUT, o “erro” resulta “folga” que seria suficiente para dar o reajuste do IPCA e atender outras reivindicações dos servidores.
O problema, avisa o secretário da Fazenda, é que a CUT “erra” ao interpretar da contabilidade do Estado: “já mandei um documento para a CUT explicando como é o cálculo. Só somamos os cerca de R$ 800 milhões do Tesouro Estadual que são destinados para cobrir o défict da previdência. Ainda assim o limite máximo da LRF é ultrapassado”, aponta.
Santoro diz que já apresentou todos os documentos para a CUT e promete até mostrar o extrato bancário do Estado. Tudo para que não pairem dúvidas: “não temos nada a esconder. Vamos mostrar todos os números”, aponta.
Pingo nos is
Santoro e Isac voltam a se encontrar na próxima segunda-feira, 8, em reunião para discutir os números apresentados pelo governo e para avaliar se existe margem para algum reajuste. Ao lado de outros secretários de Estado, especialmente Christian Teixeira, do Planejamento e Gestão, e dirigentes dos sindicatos de servidores, ele vão trabalhar para apresentar uma alternativa ao governador Renan Filho.
Mas se depender apenas do limite da LRF, o secretário da Fazenda avisa que não tem margem: “infelizmente o limite máximo foi ultrapassado. O que existe hoje é um grande esforço do governador para não deixar os servidores sem uma proposta”, pondera.
EJ