Atraso de pagamentos deixa Secretaria de Saúde à beira do caos em AL

Atraso de pagamentos deixa Secretaria de Saúde à beira do caos em AL

Base do tripé de prioridades do governo, ao lado de educação e segurança, a saúde do Estado está mergulhada numa crise sem precedentes.

O atraso no pagamento de fornecedores mudou a rotina da Sesau – nesta segunda-feira, 25, mais um protesto de fornecedores foi realizado em frente a sede da Sesau, em Maceió – e ameaça o funcionamento de serviços de urgência como o Samu e do HGE.

Apesar dos protestos crescentes a Secretaria de Saúde não consegue dar uma resposta clara sobre a situação. Na quarta-feira, 20, a secretária Rozangela Wyszomirska, disse que o pagamento referente ao ano anterior será efetuado seguindo orientação da Controladoria Geral do Estado (CGE), responsável pela auditoria.

A secretária também informou que iria iniciar o processo de pagamento dos débitos com os fornecedores a partir do dia 20, pagando os processos em ordem crescente.

“Serão quitados os débitos, respeitando a ordem crescente dos valores acumulados por CNPJ “, explicou a secretária.

A falta de informação clara só serviu para aumentar oi imbróglio. A Sesau não disse quanto vai pagar, quando e muito menos a quem vai pagar. Outra dúvida é sobre o pagamento dos processos de 2014. A Secretaria da Saúde de Alagoas diz que tem dívida de R$ 118 milhões relativa ao ano passado.

O que a Sesau promete, no caso das dívidas contraídas sem o devido trâmite legal é a apuração “das responsabilidades e posterior responsabilização”. As irregularidades constatadas nos procedimentos serão encaminhadas ao MPE.

As explicações não resolvem o problema. A Secretaria de Saúde não deixa claro sequer se os fornecedores que estão na sua porta, cobrando, tem dívidas a receber deste ano, do ano passado ou dos dois. Enquanto não der uma resposta clara e não informar como será o pagamento, efetivamente, a situação tende a se agravar.

“Interdição ética do HGE”

A situação do HGE foi levantada numa coletiva de imprensa pelo presidente do Conselho Regional de Medicina de Alagoas (Cremal), Fernando Pedrosa, no último dia 21. Ele tornou público o caos que o Hospital Geral do Estado vem passando com a falta de materiais básicos de saúde e espaço para o alojamento de macas.

Wellington Galvão, presidente do Sindicato de Médicos de Alagoas, também participou da coletiva e concorda que o HGE deveria sofrer uma “interdição ética”.

“Se não fosse o único hospital de urgência e emergência que temos aqui, ele hoje teria tido uma interdição ética. Se fosse um hospital privado que estivesse nessas condições, o governo já teria ido interditar, como fez com o hospital de Pão de Açúcar. Não lembro de ter visto nunca uma situação como esta”, lamentou Wellington Galvão.

Edivaldo Junior

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Redação

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