Citado como líder do cartel de empreiteiras do escândalo de corrupção da Petrobras, o dono da UTC e Constran, Ricardo Pessoa, disse aos procuradores da Operação Lava Jato que as doações feitas à campanha do governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), ano passado, faziam parte do esquema de propina para manter os contratos com a estatal.
O empresário fechou o acordo de delação premiada na quarta-feira, 13 e disse, em matéria publicada neste sábado, 16, na Folha de S. Paulo, que a empresa repassou a doação em duas parcelas – em agosto e setembro.
O empreiteiro apontou aos procuradores os nomes de pelo menos dez congressistas e de outro governador, além de Renan Filho, como beneficiários do esquema.
Assessoria do governador diz que doação é legal
Por meio de sua assessoria de comunicação, o governador Renan Filho afirmou que as doações da UTC para sua campanha ao governo foram feitas dentro da legalidade, assim como todas as outras doações.
A assessoria do governador afirmou ainda, segundo site local, que a legalidade das contas de campanha está atestada pela Justiça Eleitoral e que todas as doações atenderam as exigências da lei: ‘As doações para a campanha de Renan Filho ao Governo de Alagoas foram feitas de acordo com as exigências legais. As contas de campanha foram aprovadas e podem ser consultadas no site da Justiça Eleitoral”.
Doações a Dilma
Ricardo Pessoa também revelou que fez doações à campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição. Foram R$ 7,5 milhões repassados, segundo ele, “porque temia prejuízos nos negócios com a Petrobras caso não colaborasse com o PT.
As negociações foram feitas com o tesoureiro da campanha, Edinho Silva, atual ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Edinho teria sido o nome indicado a Pessoa pelo então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, hoje afastado do partido e preso em Curitiba. EJ