Lessa não acredita, mas Dilma pode retaliar deputados de AL que votaram contra MP

Lessa não acredita, mas Dilma pode retaliar deputados de AL que votaram contra MP

A presidente Dilma Roussef vai ou não “retaliar” os partidos e deputados da sua base aliada que votaram contra o primeiro projeto do ajuste fiscal, esta semana, na Câmara Federal?

Nos bastidores, a informação é de que o PDT perderia o Ministério do Trabalho.

Individualmente deputados federais que votaram contra o governo perderiam a indicação de cargos de representação federal. No caso de Alagoas, se a retaliação for mesmo levada a frente, vai atingir Ronaldo Lessa e Cícero Almeida.

“Eu não acredito e espero que essa retaliação não venha. Até porque estivemos ao lado do governo em outras questões e devemos estar juntos em outras medidas, inclusive do ajuste fiscal. Mas não dava para o PDT votar numa MP que retira direitos do trabalhador”, aponta Lessa.

Prova dos nove

Lessa  terá reunião na próxima terça-feira, 12, ao meio com o vice-presidente e coordenador político do governo, Michel Temer. Vai levar o relatório com as indicações de cargos feitos pela bancada de Alagoas.

Quase tudo é consenso. Apenas CBTU, Anatel e Codevasf estão em disputa (como já informei antes). “Quem vai decidir essa disputa é o Temer. Ou ele oferece uma compensação ou ele decide com quem ficam esses órgãos”, pondera Lessa.

Se vai ter retaliação ou não, o coordenador descobre no encontro com Temer. Mas como o governo vai precisar dos deputados – e muito – em outras votações, posse ser que o episódio desta semana seja contornado.

Veja quem votou contra e quem votou a favor do trabalhador

O coordenador da bancada federal de Alagoas foi um dos quatro deputados de Alagoas na Câmara que votou contra a aprovação da Medida Provisória 665, MP que reduz o acesso do trabalhador ao seguro desemprego e ao abono salarial.

“Não poderia ter votado a favor. Essa foi uma questão fechada do PDT. Nosso partido, pela história, não tem como votar contra o trabalhador. Nós defendemos que o ajuste fiscal seja feita com outras medidas, como a taxação das grandes fortunas”, aponta o deputado federal Ronaldo Lessa, PDT-Alagoas.

De Alagoas, além de Ronaldo  quem votou contra a MP foram os deputados JHC (SD-AL), Pedro Vilela (PSDB-AL) e Cícero Almeida (PRTB-AL).

A favor da MP 665 votaram os deputados Arthur Lira (PP-AL), Givaldo Carimbão (PROS-AL), Maurício Quintella (PR-Alagoas), Marx Beltrão (PMDB-AL) e Paulão (PT-AL).

O que muda com a MP?  O trabalhador que podia acessar o seguro desemprego antes com seis meses de trabalho de carteira assinada, agora só terá o benefício após 12 meses.

Antes o abono salarial era pago integralmente para quem recebe até dois salários mínimos e trabalhava pelo menos um mês por ano. Agora, será preciso trabalhar pelo menos três meses e o benefício deixa de ser integral e passa a ser proporcional. EJ

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Redação

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