Somente em março desde ano Alagoas perdeu quase 500 empregos com carteira assinada. No ano, o estado já perdeu mais de 2 mil postos de trabalho formais. Pior, a situação tende a se agravar a partir deste mês, quando as usinas iniciam os desligamentos dos trabalhadores safrista, o que deve gerar mais de 30 mil demissões entre abril e maio.
Os dados que mostram as perdas de empregos formais são do Ministério do Trabalho e estão no relatório do Caged/TEM. Em março Alagoas registrou 10.421 admissões e 10.917 demissões no mês, fechando ou com saldo negativo de -496 empregos.
As maiores baixas foram registradas nos setores da agropecuária (-266 vagas), administração pública (-43) e indústria de transformação (-1.873). Os setores que criaram mais vagas em março foram os de comércio (126 vagas), construção civil (30) e serviços (1.571).
Por enquanto, o setor de serviços está “salvando”, literalmente, o mercado de trabalho em Alagoas. Nos últimos 12 meses esse segmento respondeu pela criação de 9.112 novas vagas no estado, compensando baixas em setores como a agropecuária (-798) e construção civil (-2885).
Ainda assim, considerando dos dados gerais, Alagoas perdeu 2,1 mil empregos formais este ano (veja tabela), uma queda de -0,57% em relação ao estoque de empregos do mesmo período do ano anterior.
O retardamento no encerramento da safra de cana-de-açúcar 14/15 em Alagoas ajudou a reduzir as perdas de vagas de Alagoas no Caged de março. Isso porque a maioria das usinas só termina ou terminou a safra este mês. Mas os especialistas recomendam atençao para atento para o Caged de abril e maio, que virá, “no vermelho”.
Parcelando
Em crise, as usinas de Alagoas já avisaram que vão demitir mais trabalhadores no final desta safra. As empresas também querem parcelar as recisões e reduzir em 25% os salários dos trabalhadores, como informa, em nota a Fetag/Alagoas.
Veja a nota
Assembleia na Fetag-AL avalia proposta de usinas para parcelamento de rescisão
A Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado de Alagoas (Fetag-AL) realiza na próxima segunda-feira, 27, uma assembleia geral com dirigentes dos 49 Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) que fazem parte da zona canavieira alagoana.
No encontro, que será realizado no centro social da entidade de classe, localizado no bairro de Mangabeiras, a partir das 09 horas, será apresentada a proposta feita pelas usinas de cana-de-açúcar com vista ao parcelamento de rescisões de trabalho e redução de salários.
“Alegando dificuldades diante do quadro de crise financeira, as usinas estão solicitando que seja aprovado um acordo com os trabalhadores que prevê o parlamento das rescisões contratuais de trabalho e a redução da carga horária de trabalho e dos salários em 25%”, afirmou o secretário de Assalariados da Fetag-AL, Cícero Domingos.
De acordo com ele, durante a assembleia com os dirigentes sindicais, representantes do Sindaçúcar-AL estarão presente ao encontro defendendo a proposta apresentada pelas usinas alagoanas. “Vamos conceder este espaço para que eles possam justificar a assembleia as razões para terem apresentado este documento”, reforçou Domingos.