Na quinta-feira, 9, às vésperas dos 100 dias de governo, Renan Filho encarou uma reunião de mais de três horas seguidas com dirigentes da Federação das Indústrias e 18 sindicatos do setor industrial.
Apesar da visível aparência de cansaço o governador ainda continuou a reunião no almoço e até na hora do cafezinho, quando foi abordado pelo representante do setor leiteiro que queria resolver um problema que depende do Estado.
“Porque você não me procurou antes? Fale com o secretário, mas não deixe de falar comigo. Vou resolver isso logo”, resumiu.
Renan Filho deixou a Federação das Indústrias e partiu para o Palácio atendendo outra pessoa no carro, na base do “encaixe” de última hora.
Mas que ninguém se engane. Apesar de abrir concessões para atender “emergências”, o governador tem se pautado por um modelo de governança que inclui o cumprimento da agenda, minuto a minuto, o planejamento e a cobrança da execução de metas – não só dos seus secretários, mas dele próprio.
A “governança” tem ajudado a revelar a “qualidade” do secretariado, até ajuda no cumprimento de prazos, mas não evita que o governo enfrente dificuldades e cometa erros.
Estilo franco e objetivo
Se esse modelo de governança vai dar certo só saberemos mais à frente. Independente disso, Renan Filho começa a imprimir sua marca pessoal, seu ‘modus operandi’ no governo. “O governador não gosta desse negócio de tapinha nas costas. Ele é objetivo, é sim, sim, não,não. Se é pra resolver, resolve sem arrodeio” me disse outro dia Lourenço Lopes, presidente da Asplana.
Depois de ouvir e anotar os pleitos do setor produtivo, ontem, Renan Filho disse que iria montar um grupo de trabalho, adiantou alguns “sins” e “nãos” e ficou de voltar para fazer um balanço dos encaminhamentos.
Ele aproveitou para fazer um balanço do governo e avisou que 2015 será um ano duro, mais difícil do que se imaginava. Ainda assim, avisou que está fazendo o dever de casa, cortando gastos para garantir o pleno funcionamento da máquina e os investimentos que vão “preparar Alagoas para o futuro”.
Sem descuidar da política, o governador prometeu interagir com a sociedade: “É determinação minha que o secretariado seja o mais acessível possível ao setor produtivo. Porque um governo que se cala, que se fecha e que não houve, comete equívocos desnecessários”.
Que o “recado” do governador seja alcance todos – inclusive e principalmente por seus secretários. Alguns erros “desnecessários” cometidos nesses 100 dias teriam sido evitados se os titulares de algumas pastas tivessem “ouvido” Renan Filho. EJ