Sorriso aberto, George Santo me recebeu em seu gabinete, na Secretaria da Fazenda, na última quarta-feira, 11. Durante mais de uma hora de conversa fluente, o secretário abordou diferentes assuntos e revelou que – apesar de pertencer a “escola” do ministro Joaquim Levy – está preocupado com a sobrevivência das empresas e com a temperatura da economia de Alagoas.
O próprio Santoro admite que o corte no custeio nos dois primeiros meses do ano, quando a maioria dos órgãos recebeu apenas um custeio, já com redução de30%, para dois meses, foi muito profundo.
“Os cortes foram realizados a partir da discussão com cada secretário, que apontaram suas prioridades. Setores essenciais como saúde, educação e segurança não tiveram cortes. Sabemos que foram cortes profundos, algumas pessoas não gostaram, mas as infelizmente as medidas são necessárias para que o estado não corra o risco de deixar de pagar pessoal ou de cumprir seus compromissos”, pondera o secretário.
George confessa que não conhecia bem a realidade da economia de Alagoas, nem tinha ideia do grau de dependência de alguns setores e empresas do estado: “alguns fornecedores e prestadores de serviço estão em dificuldades e pelo que soube não tem reservas para suportar atrasos de mais de um ou dois meses. Essa situação preocupa o governo e vamos procurar regularizar todos os pagamentos o mais rapidamente possível”, adianta.
Nos próximos dias a Sefaz deve liberar, avisa Santoro, os restos a pagar de 2014 e assim que for aprovado o Orçamento, o que está previsto para a próxima semana, deverá liberar as cotas financeiras para todos os órgãos, melhorando o fluxo de despesas no setor público.
Quanto ao aperto, ele avisa, vai continuar. Mas na medida do possível, a Sefaz vai afrouxando um pouco o nó: “tivemos bom resultado no ICMS, mas queda no FPE. O problema é que mais de 70% da receita do ICMS é carimbada (comprometida com repasses para municípios, Fundeb e dívida da União). Nós dependemos mesmo, para pagar folha e tocar o custeio, é dos repasses federais”, explica.
Desdobramentos
A entrevista com Santoro rende outras histórias. Fiscalização, modernização do sistema fazendário, relacionamento com o setor produtivo. Nos próximos dias escrevo um pouco mais sobre estes e outros temas. EJ