O presidente da Federação das Indústrias de Alagoas, José Carlos Lyra de Andrade, participou de reunião de trabalho com a Secretária do Desenvolvimento Econômico e do Turismo, Jeanine Pires, nesta quinta-feira, 05, pela manhã.
Objetivo e focado na solução do problema, José Carlos resumiu: “o que pedimos ao governo é que viabilize a construção de um terminal de contêineres no Porto de Maceió e, principalmente, que não deixem levar a energia da Chesf para o mercado livre. Se isso acontecer, a indústria do Nordeste vai parar”, alerta.
Na questão da energia a maior preocupação, segundo o presidente da Fiea, é com a manutenção dos contratos especiais que garantem o fornecimento a grandes consumidores, as chamadas empresas eletrointensivas, que dependem do contrato para manter a competitividade no mercado.
No caso de Alagoas, o fim do contrato atingiria diretamente somente em Alagoas a Braskem e pelo menos outras 80 indústrias do setor químico e plástico.
O alerta é do presidente da Federação das Indústrias do Estado (FIEA), José Carlos Lyra de Andrade explica que todo o Nordeste seria prejudicado: “Além de prejudicar todos os esforços que foram travados para desenvolver cadeias produtivas, com a da Química e do Plástico em Alagoas, a não renovação dos contratos ameaça mais de 145 mil empregos diretos e indiretos, assim como a movimentação de mais de R$ 16 bilhões na economia do Nordeste”.
Além da Braskem, outras grandes empresas do Nordeste também serão afetadas. Entre elas a Vale, Gerdau, Dow, Ferbasa, Paranapanema e Mineração Caraíba. A Ferbasa, por exemplo, já avisou que vai desativar sua operação na Bahia, se não for encontrada uma alternativa.
O resultado da reunião com o governo
A secretária Jeanine Pires prometeu trabalhar em parceria com o setor produtivo e apresentou, na reunião, uma proposta para a realização de encontros de trabalho com o setor produtivo. Os workshops, previstos para acontecerem no mês de abril, seriam divididos nas áreas de indústria, comércio e turismo, com o propósito de identificar os diferenciais competitivos, desafios a serem vencidos a partir das dificuldades percebidas, soluções para esses desafios e sugestões de inovação.
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O que falta fazer
O veto da presidente Dilma Rousseff à renovação dos contratos especiais, como informei aqui (http://wp.me/p2Awck-2kR) ameaça mais de 15 mil empregos somente em Alagoas. Apesar do veto, o governo federal acenou com uma alternativa que vem sendo negociada por representantes das empresas no Ministério das Minas e Energia.
“Existe hoje uma boa vontade do governo em encontrar uma saída para o problema. O que nós pedimos apenas é que esse processo seja acelerado, até porque as indústrias trabalham com grandes volumes de produção e algumas necessitam de um prazo maior para planejar suas atividades”, aponta Milton Pradines, gerente de relações institucionais da Braskem em Alagoas.
De acordo com Pradines, a própria presidente Dilma Rousseff reconheceu, apesar do veto, que é preciso encontrar alternativas para não prejudicar as indústrias do Nordeste e autorizou o ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga, a encontrar saídas.
O gerente da Braskem reforça que, apesar dessa expectativa, é preciso manter a mobilização dos líderes políticos e do setor produtivo. “É preciso encontrar uma solução rapidamente. Na área industrial não podemos trabalhar com incertezas”.
Impacto negativo
Além de as indústrias, o fim do contrato especial pode prejudicar diretamente afetar o bolso dos consumidores de Alagoas, que passarão a pagar mais caro pela energia. Essas e outras informações estão em textos publicados aqui, recentemente:
Fim do contrato com a Chesf ameaça mais de 15 mil empregos em Alagoas: http://wp.me/p2Awck-1RO
Sinplast: sobrevivência de 60 indústrias está ameaçada em AL : http://wp.me/p2Awck-1S3
Conta de energia pode subir até 38% em Alagoas com fim de contrato da Chesf: http://wp.me/p2Awck-1TR