Alagoas é referência na redução de parto cesariano e atrai centros acadêmicos

Alagoas é referência na redução de parto cesariano e atrai centros acadêmicos

A redução de parto cesárea ou cesariano de 96% para 53% no Hospital Nossa Senhora de Fátima, no Poço, tem inspirado centros acadêmicos como a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Hospital Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP) de Pernambuco.

Para conhecer o trabalho desenvolvido pelo hospital – pioneira na enfermagem obstétrica – duas técnicas da Escola de Enfermagem da UFMG, vinculada à Rede Cegonha, estiveram este mês na instituição e em outras universidades.

As professoras e enfermeiras Laíse Conceição Caetano e Leda Maria de Paula Andrade estiveram em Alagoas para conhecer as condições das unidades hospitalares que servirão de laboratório prático para os 31 universitários dos campus da Ufal em Maceió e Arapiraca. Elas são tutoras do curso de Especialização em Enfermagem Obstétrica e Alagoas é um dos 17 Institutos Federais de Ensino Superior (Ifes) indicados pela Rede Cegonha (MS) para a realização do projeto.

As técnicas visitaram as instituições que servirão de prática para os acadêmicos. Além da Nossa Senhora de Fátima, eles farão estágio no Hospital Universitário (HU); Nossa Senhora da Guia e Santa Mônica. “Encontramos em todas elas um ambiente favorável. A redução de partos cesarianos de 96% para 53% em um ano leva a Nossa Senhora de Fátima a atender uma das determinações da Rede Cegonha, que é a inserção da enfermeira obstétrica na condução do parto normal”, destacou Laíse. O curso de especialização está acontecendo em 17 Estados brasileiros, começou em setembro e termina em dezembro de 2015.

Incentivo ao parto normal – Vale ressaltar que o Ministério da Saúde preconiza o percentual de parto cesariano de 20% por maternidade. De acordo com a coordenadora de Enfermagem do Hospital Nossa Senhora de Fátima, a enfermeira obstétrica Elisângela Lira, a queda no índice de parto cesárea deve-se à presença da enfermeira obstétrica que tem incentivado o parto normal. Segundo ela, a Nossa Senhora de Fátima tem, desde setembro de 2013, 14 enfermeiras obstétricas.

De setembro de 2013 a setembro de 2014 o índice de parto cesariano reduziu de 96% para 53%. “As técnicas vieram conhecer o nosso trabalho para saber como e desde quando conseguimos reduzir tanto o número de cesárea. Elas vieram fazer o reconhecimento de campo”, destacou. Segundo Elisângela, a Nossa Senhora de Fátima é referência na prática de ensino e tem priorizado a redução do parto cesariano.

A coordenadora de Enfermagem da instituição disse que o trabalho integrado reforça a melhoria da atenção à gestante de Alagoas que, em sua maioria, é carente deste serviço. “Este reconhecimento mostra que nosso esforço é válido e não é um trabalho somente da Direção ou da Enfermagem, mas resultado do empenho da instituição como um todo”, salientou.

O diretor Flávio Lima ressaltou que o trabalho da equipe de Enfermagem da maternidade tem avançado não só na classificação de risco das gestantes, mas na política de humanização do trabalho de parto. “A redução das cesáreas não se dá por decreto, mas pelo engajamento da equipe e da Coordenação da Rede Cegonha em Alagoas. Há uma troca de experiências e correção de distorções, trazendo como saldo o êxito dos trabalhos voltados à humanização do parto”, reforçou.

Para Flávio Lima, a presença das técnicas de Minas Gerais em Alagoas – por meio do projeto acadêmico que está sendo desenvolvido – possibilita o intercâmbio entre profissionais de Alagoas com outros centros mais avançados, a exemplo do Hospital Sofia Feldman, de Belo Horizonte, bem como o IMIP. Entre as desvantagens da cesariana, afirma ele, estão o maior índice de prematuridade de recém-nascidos, de infecções e maior tempo de recuperação da mãe.

Para melhorar a assistência à saúde da gestante e do recém-nascido, o governo do Estado vem investindo recursos próprios nas maternidades alagoanas, entre elas está a Maternidade Nossa Senhora de Fátima, que recebe mensalmente R$ 542.571,73.

Agência Alagoas

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