Juiz autoriza venda ou arrendamento de usinas do Grupo João Lyra

Juiz autoriza venda ou arrendamento de usinas do Grupo João Lyra

O juiz da Comarca de Coruripe, Mauro Baldini, já autorizou a venda ou arrendamento de ativos da massa falida Laginha Agroindustrial. A maior possibilidade, no entanto, pelas informações que foram apresentadas na última quarta-feira, na Assembleia de Credores do Grupo João Lyra, não é de venda, mas de arrendamento de algumas empresas da massa falida.

“As empresas já foram avaliadas e poderão ser vendidas em breve”, explica Cícero Domingos, diretor-secretário de Assalariados da Fetag-AL. Ele explica que as empresas foram avaliadas e que existem muitos interessados.

Um caso concreto é o das usinas Guaxuma e Uruba. Embora as propostas não tenham sido revelados formalmente, pelo que se sabe existe uma empresa próxima à Guaxuma (provavelmente a Usina Coruripe) com interesse em arrendar as terras, apenas as terras. No caso da Uruba o interesse pelo arrendamento seria do empresário João Toledo e de um grupo de fornecedores de cana do município de Atalaia.

“O problema no caso de Alagoas é que as melhores propostas apresentadas até agora se resumem ao arrendamento de terras. Mesmo com valor mais alto essa operação não interessa. Os credores querem que o arrendamento seja feito, mas que seja garantida também a operação das usinas”, aponta Cícero.

Em relação às duas usinas do Grupo João Lyra em Minas Gerais (Triálcool e Vale do Paranaíba) as negociações estão mais avançadas. “Lá o grupo tem poucas terras e o maior interesse é nas indústrias. Existem quatro propostas apresentadas e duas delas devem ser aprovadas”, aponta Domingos.

De acordo com domingos, empresários e autoridades (prefeitos e vereadores) das cidades de Minas Gerais onde as usinas estão instaladas participaram da Assembleia de Credores: “eles estão muito interessados e as empresas já devem operar na próxima safra, que lá começa a partir de março”, reforça.

Comitê de credores

Cícero participou ao lado de outros representantes de trabalhadores de Alagoas e Minas Gerais e credores do Grupo João Lyra, na quarta-feira passada, 5, da Assembleia de credores da massa falida da Laginha Agroindustrial, realizada no município de Coruripe. A assembleia foi convocada para aprovar a criação do Comitê de Credores.

Com três representantes, além dos suplentes, sendo um das dívidas trabalhistas, um das dívidas com garantias reais e outro dos quirografários o Comitê terá poderes de fiscalização e veto. O representante dos credores trabalhistas foi indicado pelo sindicato dos trabalhadores da Indústria no Açúcar de Alagoas. O presidente do sindicato, Jackson Lima Neto, acredita que o comitê vai dar maior confiabilidade ao trabalho dos administradores judiciais.

Sem chances

Na avaliação de Jackson, pelo “andar da carruagem” nenhuma das três usinas do Grupo João Lyra moerão nesta safra, embora existam propostas de arrendamento para a Uruba, em Atalaia: “como a proposta não foi aceita até agora, não haverá tempo hábil para fazer a manutenção da indústria”, aponta.

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Edivaldo Junior

Edivaldo Junior

Edivaldo Junior é jornalista, colunista da Gazeta de Alagoas e editor do caderno Gazeta Rural

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