Mulheres sertanejas fortalecem a produção agroecológica da região

Mulheres sertanejas fortalecem a produção agroecológica da região

Atualmente é cada vez mais comum as mulheres assumirem o papel de protagonista no rendimento familiar nas áreas urbanas. No meio rural o perfil das famílias também vem mudando consideravelmente. No Sertão alagoano, um grupo de mulheres rurais do município de Mata Grande, na comunidade Morro Vermelho, se destaca pelo poder de transformar os desafios em produtividade.

Organizadas em associação, o Grupo de Mulheres Trabalhadoras Rurais Nova Semente tem perfil para compor o projeto do Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas (Emater) de prestação de Assistência Técnica e Extensão Rural com vistas ao fortalecimento da Produção Agroecológica. A comunidade, que possui 19 mulheres integradas no campo, trabalha com a produção de horticultura, criação de aves para o abate, ovos caipira e a piscicultura.

Morro Vermelho fica a 20 quilômetros do centro de Mata Grande e possui somente uma barragem de captação de água para consumo humano, animal e manutenção de lavouras. De acordo com a agricultora Cleide Lira do Nascimento, que coordena o Grupo de Mulheres, há dois anos a barragem não enche e a alternativa é o abastecimento por carros pipas.

“Ninguém se prepara para viver quatro anos de seca, é um momento muito difícil, mas estamos confiantes que esse ano teremos possibilidades melhores de produção. Durante esse tempo, amargamos algumas perdas, porém com orientação buscamos investir em animais de pequeno porte, como carneiros e galinhas, que consomem pouca água e alimento”, afirmou a agricultora.
O grupo produtivo, que conta com apenas oito mulheres em atividade, possui unidades do Programa de Produção Agroecológica Integrada Sustentável (PAIS) e é beneficiada também pelo Programa de Avicultura Familiar (PAF).

A unidade de horticultura foi implantada as margens de um açude, porém a produção é pequena restrita ao consumo das famílias. “Hoje nossa renda é basicamente da produção de macaxeira, galinha e ovos caipira. Algumas mulheres conseguem ainda tirar o sustento com a piscicultura, porque temos um açude particular no qual trabalhamos em parceria com o proprietário”, relatou Cleide Nascimento.

Chamada pública

O papel da mulher no rendimento das famílias do meio rural é cada vez mais expressivo, de acordo com o levantamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Apostando nessa transformação, Chamada Pública realizada pelo Governo do Estado e MDA vai beneficiar 240 mulheres já organizadas em grupos produtivos da região do Alto Sertão. O público abrange agricultoras familiares, quilombolas, pescadoras artesanais e mulheres indígenas.

Inicialmente a equipe da Emater designada para tocar o projeto será composta por quatro extensionistas rurais, que irão mapear os grupos produtivos dos municípios de Água Branca, Canapi, Delmiro Gouveia, Inhapi, Mata Grande, Olho D’água do Casado e Piranhas, organizados e trabalhar capacitações, novos projetos produtivos de forma que viabilize ainda mais a atividade agrícola e autonomia financeira dos grupos.

A extensionista da Emater, no município de Mata Grande, Edivânia Ferreira, destacou que o comprometimento dos integrantes dos grupos unido à vontade de melhorar a atividade produtiva e financeira das famílias é um componente importante para seleção dos grupos. “O novo projeto visa potencializar as iniciativas, levando orientações de como produzir com qualidade, com viés agroecológico. O maior desafio da Extensão Rural é achar canais de comercialização e juntos vamos encontrar um caminho viável. Essa Chama Pública prevê também a elaboração de projetos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa de Alimentação Escolar (PNAE)”, enfatizou a extensionista da Emater.


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