Renan trabalha para inviabilizar CPI exclusiva da Petrobras

Renan trabalha para inviabilizar CPI exclusiva da Petrobras

O presidente do Senado age, segundo a oposição na Casa, como se fosse líder do governo. Mas as “cutucadas” não parecem abalar Renan Calheiros, que já tem até uma estratégia pronta para contornar uma eventual derrota no STF.

O senador avisou que vai apostar no argumento de “interferência do Judiciário no Legislativo” se a ministra, do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, decidir pela instalação de uma CPI exclusiva no caso da Petrobras.

Em linha com Dilma Rousseff, o presidente do Senado defende uma CPI mais ampla – que ao apurar tudo não daria em nada. Assim, além de defender os próprios interesses na Petrobras, Renan Calheiros se fortalece ainda mais junto ao governo – como tem acontecido,aliás, todas as crises políticas nacionais, desde que ele assumiu a presidência do Senado.

A “operação” de ajuda ao governo, na questão da CPI, é tema de matéria da Agência Estado, que pode ser lida na íntegra a seguir

Renan ajudará governo a evitar CPI restrita à Petrobras

DÉBORA ÁLVARES – Agência Estado (20 de abril de 2014 | 19h 21)

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), já avisou que vai apostar no argumento de interferência do Judiciário sobre o Legislativo caso a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), decida pela instalação de uma CPI exclusiva para investigar a Petrobras. No outro extremo, trabalhando com a possibilidade de a ministra optar pela CPI “combo” – que investigaria cartel de metrô e trens, em São Paulo, e o Porto de Suape, em Pernambuco -, a oposição já prepara, além de outro recurso ao Supremo, um esvaziamento da comissão.

As estratégias pensadas no Congresso são baseadas nas três possibilidades de decisão de Rosa Weber: enterrar de vez a CPI, acatado o mandado de segurança impetrado por petistas; entender pelo argumento da oposição e defender a comissão exclusiva da Petrobras; ou manter o que decidiu a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e mandar instalar a CPI “combo”, a saída encontrada para desviar o foco e blindar a presidente Dilma Rousseff, além de tentar atingir os adversários Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).

Mais do que se colocar como fiel aliado de Dilma, as atitudes do presidente do Senado têm origem em uma preocupação clara: as devassas na estatal podem respingar em aliados seus. O presidente do Senado é padrinho político do presidente da Transpetro, Sérgio Machado, que manteve encontros com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, quando este já havia deixado a petroleira e operava negócios na iniciativa privada, conforme indicam a agenda e cadernos de anotação do ex-executivo apreendidos pela Polícia Federal na Operação Lava Jato.

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Redação

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