O segundo dia de julgamento do suposto atentado contra o ex-deputado estadual Cícero Ferro foi iniciado na manhã desta quinta-feira (27), no Fórum do Barro Duro, em Maceió, com os debates entre acusação e defesa dos acusados de envolvimento no crime, registrado em janeiro de 2004. Cada uma das partes terá duas horas e meia para a sustentação oral. O julgamento está sendo conduzido pelo juiz Geraldo Amorim.
A promotora Marta Bueno iniciou o debate contestando o fato de os réus – que, segundo ela, ontem, disseram ter atirado no ex-deputado porque este foi o primeiro a disparar, buscando atingir Zé Nilton – nunca terem feito um exame de corpo de delito, além de não terem sido ouvidos pela polícia nem pela Justiça. Marta Bueno disse também que a primeira vez que os réus surgem no processo é em juízo. “O Ministério Público está aqui para julgar um ato criminoso que eles cometeram, a bárbara emboscada, que não permitiu chance de defesa. O motorista José Maria Ferro foi um herói. Cícero ferro está vivo por causa dele”, disse a promotora.
Após duas horas e meia para a acusação e defesa, cada uma das partes terá mais 1h30 para réplica, além de igual tempo para a tréplica, caso necessário.
Raimundo Palmeira, advogado de defesa, disse que vai sustentar que houve confronto entre réus e vítimas, e não atentado. “Vou provar que não foram efetuados 178, 150, nem 100 tiros contra aquele veículo, porque não havia como Zé Nilton ter atirado e dirigido o carro, ao mesmo tempo, em alta velocidade, já que, dessa forma, teria capotado”, disse Palmeira. Disse ainda que muitas inverdades estão sendo apresentadas pela acusação. “Vou contestar todas elas”, emendou. O advogado Welton Roberto, por sua vez, disse que Cícero Ferro foi, sim, vítima de uma emboscada. “Existem provas claras nos autos. Houve duas emboscadas, a primeira praticada por seis elementos, e a segunda, por quatro elementos”, afirmou Welton, frisando que os jurados são livres para votar da forma que acharem mais justa.
Os familiares e amigos de Zé Nilton, assim como moradores de Minador do Negrão, estão vestidos com camisetas que dizem “O povo de Minador do Negrão pede: absolvam Zé Nilton e família” e “Zé Nilton e família inocentes”. Já a família de Cícero Ferro traja camiseta com a imagem de Nossa Senhora, com um terço, e que diz: “Tivemos o milagre divido. Confiamos na justiça dos homens”.
O julgamento foi suspenso ao meio-dia para almoço e a previsão é que, havendo réplica e tréplica, os trabalhos se estendam até as 22h desta quinta.
GazetaWeb com Assessoria
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