Nonô e Gabeira na Globo News, parte 2: a polícia prende e a Justiça solta, rapidinho

Nonô e Gabeira na Globo News, parte 2: a polícia prende e a Justiça solta, rapidinho

Acabo de ver Fernando Gabeira falando sobre a violência em Alagoas. A leitura dele é surpreendente. Ele enxergou em Maceió uma metrópole com problemas semelhantes aos de outras grandes cidades, tomada pelo crack, marcada pela exclusão social, mas que ao mesmo tempo ainda mantém tem características rurais, que é bela e, paradoxalmente tranquila.

Também surpreendente é sua conversa com José Thomaz Nonô.
Estimulado por Gabeira, o vice-governador revela histórias

O vice-governador revela que pouco antes de ir para a entrevista, às 3 da tarde,viu alguns adolescentes fumando cachimbo de crak na porta d e um banco “ostensivamente” e admtiu que “não temos policiamento ostensivo em número suficiente para inibir”.

Nonô continuou: “agora os paradoxos, apolícia de Alagoas talvez seja percentualmente a que mais prende no Nordeste, mas o tempo de permanência média de um traficante na prisão não passa de 48 horas”.

Ele continua com um exemplo que considerou impressionante de um policial que foi atéseu gabinete: “O policial prendeu dois traficantes, levou para a delegacia e no outro dia o traficante estava na porta da casa dele, sorrindo e ameaçado sua família… quer dizer com que tranquilidade o policial vai para rua deixando o cidadão que ele prendeu dias antes na porta da sua casa encarando a sua família”.

Nonô explica as razões da violência: “esse clima de estagnação econômica que vigorou um certo tempo é um caldo de cultura extraordinário para a droga e tudo ruim que ela traz. Quando o traficante não tem aval e garantia de receber o que investiu a curto prazo ele aterroriza, ele esquarteja, ele mata da forma mais degradante e absurda possível para o clima de terror necessário. Ou vi uns dias atrás a escuta de um traficante…ele falava com outro…você não matou fulana?…mas fulana tem 14 anos… não perguntei a idade, ela me deve 50 reais…ou você mata ela até sábado ou eu lhe mato no domingo…”

Gabeira quis saber, por fim se o problema tem solução.

“O problema”, avalia Nonô, “é gravíssimo e exige política multifacetada. Não vamos resolver isso só com repressão. Não vamos resolver isso só com pedagogia. Na realidade precisa uma visão de inserção social, um pouco de crescimento econômico, preciso do oferecimento de emprego, se saúde, de educação… acho que o Brasil apesar de todas as vicissitudes vai caminhando”…

O programa completo você pode ver no link a seguir:

http://g1.globo.com/globo-news/noticia/2014/02/capital-de-alagoas-e-apontada-como-cidade-mais-violenta-do-brasil.html

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Edivaldo Junior

Edivaldo Junior

Edivaldo Junior é jornalista, colunista da Gazeta de Alagoas e editor do caderno Gazeta Rural

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