Nonô com Gabeira na Globo News: violência é filha da exclusão social em Alagoas

Nonô com Gabeira na Globo News: violência é filha da exclusão social em Alagoas

“Sempre associei Alagoas a crimes políticos, tanto que a última vez que estive aqui foi para  cobrir o assassinato  de PC Farias e sua amante.. mas de repente Maceió foi se destacando numa estatística sinistra passou a ser a primeira cidade mais violenta do Brasil e uma das cinco mais violentas do mundo. O que houve com Maceió que tem apenas um milhão de habitantes? Ela não é muito diferente das outras cidades do Brasil, no entanto o craque teve aqui  um papel fundamental segundo as autoridades”

De costas para o mar, cabelos ao vento, encostado na mureta do mirantede  São Gonçalo,no bairro do Farol, Fernando Gabeira abriu seu programa semanal na Globo News  (Gabeira) dando uma nova abordagem ao clima de violência e insegurança que tanto incomoda o alagoano – em especial o de classe média alta.

Ele continua: “a maioria concorda, entretanto, que o atraso político e econômico tornou Maceió mais vulnerável ao crack por causa da falta de oportunidade para os jovens alagoanos”.

Gabeira mergulha por bairros como o Benedito Bentes, passa área nobre da cidade, mercado da produção  e nas favelas que margeiam a lagoa Mundaú.

Boa parte do material que foi  exibido no “Gabeira” de sábado a noite – e que pode ser vista em reprises ou neste link http://g1.globo.com/globo-news/noticia/2014/02/capital-de-alagoas-e-apontada-como-cidade-mais-violenta-do-brasil.html – girou em torno de uma conversa do jornalista com o vice-governador.

“Perguntei ao vice-governador José Thomaz Nonô qual a explicação para o crescimento do processo (da violência)?”, disse Gabeira.

Nonô deu respostas diretas e de uma sinceridade tão profunda que nem parecia que ele também é governo.

“Olhe Gabeira, é fácil de ver. Alagoas é um estado fraco economicamente fraco, um processo de distribuição fundiária equivocada, enfim, com todas as deficiências de um estado Nordeste. Sempre fomos um estado onde o crime era político, era de mando, outro tipo de crime. De uns anos para cá houve aqui a chegada a chegada avassaladora do crack. Paralelo a essa invasão do crack nós tivemos um inchamento da capital, Maceió que pulou de 500 mil para um milhão de habitantes rapidamente e essa população é 100% marginalizada, mora nas periferias, nas grotas como nós chamamos aqui… esse estado também estagnou economicamente, passou vinte e tantos anos sem atrair uma empresa nova, sem gerar empregos, então nós definhamos economicamente de uma maneira acelerada e distorcemos socialmente na razão direta desse definhar”

Nonô continua: “…hoje o crack está nos 102 municípios, é um problema. O crack vicia rapidamente, degrada rapidamente,mata rapidamente e é acessível em todo o canto. E  o que aconteceu foi isso. Se olharmos esses números há de se ver que 90% estão na periferia e o estado por sua vez tem imensas dificuldades de combater isso”.

(…depois continuo essa história…)

Nonô conversa com Fernando Gabeira, no "Gabeira", da Globo News

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Edivaldo Junior

Edivaldo Junior

Edivaldo Junior é jornalista, colunista da Gazeta de Alagoas e editor do caderno Gazeta Rural

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