Quem é o candidato o PMDB ao governo? Quem quiser essa resposta terá de esperar com paciência de monge.
Nem mesmo para os principais aliados o segredo foi revelado. “Pelo que eu saiba não existe até o momento candidato da oposição. Até hoje nunca o PMDB nos procurou para dizer que tem candidato. O Renan sempre trabalha com conjecturas, com possibilidades, mas pelo que sei não há nada decidido”, adianta o deputado federal Paulão, presidente do PT em Alagoas.
Não é só Paulão. Todos os outros líderes de partidos da base aliada nunca foram comunicados de nada. Nem Collor, nem Lessa, nem Almeida.
Renan Calheiros faz o jogo da “indecisão” e promete na hora certa dizer se será ou não candidato. Pura cena. Quem o conhece sabe que já está tudo decidido. Ele trabalha para se reeleger presidente do Senado e para consolidar o papel como articulador de Dilma Rousseff no Congresso Nacional.
Para cuidar de Alagoas o senador escolheu Renan Filho. Pesa muito na escolha os laços familiares. Mas é só. Com menor rejeição, RF pode representar o “novo” na eleição, o que facilitaria o embate a ser decidido – e que ninguém engane – depois da Copa, na propaganda de TV e na Internet.
O jogo de empurra atende aos interesses de Renan Pai que não quer queimar o filme de Renan Filho. Definir o candidato agora precipita o jogo, expõe o escolhido a uma pressão política e financeira desnecessária.
Como já tem o controle de quase todo o chapão na mão, Renan Calheiros vai anunciar sua escolha na hora que lhe for mais conveniente.