Câmara de Infraestrutura e Logística do Agronegócio pede mais agilidade na concessão de portos

Câmara de Infraestrutura e Logística do Agronegócio pede mais agilidade na concessão de portos

Mais agilidade no processo de concessão de portos. Essa foi a principal cobrança dos representantes do setor produtivo que participaram da reunião da Câmara Temática de Infraestrutura e Logística do Agronegócio nesta quarta, dia 5, em Brasília. Também houve críticas ao agendamento no Porto de Santos, medida adotada pelo governo federal para agilizar o escoamento da safra e que começou a vigorar na última terça.

O Movimento Pró-Logística considera o agendamento de caminhões que desembarcam no Porto de Santos insuficiente para resolver o problema das filas que se formam na hora de desembarcar a carga.

– É um tapa-furo, uma medida paliativa que vai reduzir o número de caminhões em Santos. Os paulistas podem ficar tranquilos que vão poder ir pra praia, mas vai ficar o problema para trás, ou seja, as filas que estariam lá vão ser filas nas rodovias que dão acesso ao Porto de Santos – aponta Edeon Vaz, do Movimento Pró-Logística

A solução, defendida por diferentes entidades reunidas no encontro, é mais agilidade do governo federal no processo de concessão dos portos brasileiros. Nenhum dos 159 terminais portuários passou por licitação porque os editais estão em análise no Tribunal de Contas da União. Somente no Arco Norte, a ampliação das cinco unidades representaria o aumento de capacidade de 16 milhões de toneladas para 60 milhões até 2020. Atualmente, mais de 80% do que é produzido na região é escoado pelos portos do Sul e Sudeste.

– Esses produtos vão para o Sul e Sudeste trafegando 2,3 mil quilômetros. Quando tivermos saídas pelo Norte teremos redução de 700 quilômetros. Isso resultaria na redução do custo logístico de até 35% desses produtos que iriam pelo Norte e Nordeste – analisa Carlos Alberto Nunes Batista, secretário da Câmara Temática.

Em março, o Terminal de Transbordo de Miritituba, no Pará, começará a operar com capacidade de três milhões de toneladas. Os grãos seguirão de barca até o Porto de Barcarena. Mas, para o setor produtivo, é preciso ter onde escoar os mais de 196 milhões de toneladas previstos para este ano agrícola.

A Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (Acebra) cobra do governo federal que o Plano Nacional de Armazenagem, lançado no ano passado, retome a taxa inicial de juros de 3,5% – em dezembro a taxa foi ajustada para 6%. De acordo com a Acebra, menos de 10% dos cerealistas tiveram acesso ao crédito, que disponibilizou ao todo, R$ 5 bilhões. Um armazém com capacidade média de 30 mil toneladas custa cerca de R$ 20 milhões.

– Muitos projetos foram tirados da gaveta com esse incentivo acenado pelo governo, só que esbarraram em questões que retardaram os projetos e muitos não tiveram tempo hábil para ser concluídos e atenderem a demanda dessa safra que será colhia nos próximos dias. Então o setor vem reivindicando que essa linha seja mantida com os mesmos juros propostos inicialmente – diz o diretor da Acebra, Paulo Alberto Fachin.

projeto que flexibiliza a Lei dos Motoristas também foi discutido durante a reunião. A ideia é pressionar os parlamentares para aprovar a proposta, que prevê a redução do número de paradas para descanso dos trabalhadores, o quanto antes. O projeto tramita em regime de prioridade na Câmara dos Deputados e aguarda análise do Plenário.

Rural Br

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Redação

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