Núcleo Ressocializador transforma vida de reeducandos

Núcleo Ressocializador transforma vida de reeducandos

O Núcleo Ressocializador da Capital (NRC), unidade modelo do sistema penitenciário de Alagoas, realizou durante esta última semana uma série de atividades chamada de Acolhida aos Novos Integrantes. Após uma seleção rigorosa, 43 reeducandos trabalhadores do Presídio do Agreste foram selecionados, 19 já foram transferidos e participam da acolhida no Núcleo.

As atividades preparadas pela Gerência do Núcleo são amplas e detalhadas e ajudam os novos internos a ter uma rápida adaptação às normas de conduta da unidade. Uma revista criteriosa ao reeducando e aos pertences pessoais é o começo de tudo. Em seguida, o acolhido assina um contrato de adesão ao programa, recebe cartão de identificação, folhetos explicativos, kits pessoais e é designado a um alojamento.

O próximo passo é o atendimento pessoal a cada novo interno com profissionais de diversas áreas no NRC, além de uma bateria de palestras. “Esta semana de recepção também serve para que os agentes conheçam de perto o perfil de cada reeducando. O Núcleo é uma unidade diferente. É importante entendê-los e mais ainda que eles entendam o que queremos deles”, definiu o gerente de Disciplina, Sócrates Costa.

Segundo o gerente, é necessário manter um padrão de convívio entre os novos internos com os funcionários e com os outros reeducandos mais antigos. “Eles se assustam com o grande número de regras que temos aqui. Regras simples, mas que a maioria deles nunca cumpriu nas suas casas ou mesmo em outras unidades penitenciárias”.

Diferencial na individualidade

O grande diferencial do Núcleo Ressocializador está na atenção individual. “Conhecemos de perto cada um dos internos, boa parte da sua vida fora e dentro da prisão. É interessante como ver como eles chegam aqui, os vícios, as expressões faciais, a postura corporal, a linguagem. Aos poucos vão mudando. Descobrem que não temos, com nas outras unidades, as regras impostas pelos mais fortes”, explica Sócrates.

Outra dificuldade enfrentada pela gerência é o vício das drogas. “Tratar a abstinência é um desafio. Os profissionais de saúde fazem o possível para ajudá-los a superar essa fase. Ainda não temos um programa específico para enfrentar o problema”, destaca o gerente de Disciplina.

Para o novo interno do Núcleo, Jadielson Luiz da Silva, 28 anos, de Arapiraca, a disciplina e a distância de casa não inibiram o desejo de ficar em Maceió. “A família comemorou a mudança. Estamos aqui colhendo o que plantamos. Fazer parte do Núcleo já é uma vitória”.

Já para o jovem José Luan da Silva, 23 anos, nos presídios todos já ouviram falar do Núcleo Ressocializador. “Muitos não querem nem saber daqui, não querem mudar. Fui menino de rua, minha vida foi só sofrimento, quero mudar”, afirmou.

Os novos internos assistiram palestras sobre direitos penais, higiene pessoal, atividades culturais, funcionamento do NRC, educação física e atividades esportivas, além da promoção e integração com a Diretoria de Educação, Produção e Laborterapia da Sgap.

Agência Alagoas

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