China deve manter patamar de trocas com Brasil em 2014

China deve manter patamar de trocas com Brasil em 2014

Ao contrário da expectativa do mercado no início do ano passado, o crescimento mais brando da economia chinesa não afetou o comércio da nação asiática com o Brasil. Dados do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC) apontam que até novembro a corrente de trocas entre os dois países chegou a US$ 77,1 bilhões, superior aos US$ 75,4 bilhões registrados no ano de 2012.

Especialistas consultados pelo DCI disseram que o cenário para este ano de 2014 deve se manter mais ou menos no mesmo patamar de 2013, com o crescimento chinês girando ente 7% e 7,5%. Segundo o presidente da Câmara Brasil-China (CCIBC), Charles Tang, “a China vai continuar crescendo e o governo está redirecionando a economia para crescer mais com o consumo do que com as exportações. O crescimento tem sido com mais qualidade, 400 milhões de chineses vão sair do campo para a cidade”, disse.

Para ele, a principal consequência dessa mudança é que a população dos centros urbanos costuma consumir três vezes mais do que os moradores das áreas Rurais, o que causaria uma alta no consumo de alimentos e de eletrodomésticos. “A China vai continuar crescendo acima de 7,5% e o Brasil vai continuar sendo um grande fornecedor de commodities , como minério de ferro”, completou.

Nos dados consolidados de janeiro a novembro de 2013, o minério de ferro representou 32,18% de tudo que foi exportado do Brasil para a China, ficando atrás somente da Soja, que teve participação de 40,17%.

O professor da Faculdades Rio Branco, Carlos Stempniewski, acredita que a China ainda tem de resolver problemas de produtividade e qualidade da sua indústria e também para ajudar o mercado interno. “O País tem investido muito em educação, entre cinco e dez anos vamos ver o resultado desse esforço se refletir em uma melhor produtividade. Este ano o crescimento deve ser de 7%, como perspectiva que eles continuaram comprando [do Brasil] o mesmo volume de minérios e matérias-primas”, disse.

“O que eles estão fazendo é colocar em duas décadas um mercado do tamanho do Brasil em termos de capacidade de consumo. Isso faz com que as pessoas comecem a consumir mais internamente, mas também querem um equilíbrio entre o lento aumento do consumo interno e continuidade da política de exportação”, completou.

O presidente da CCIBC chamou atenção para o fato de que o Brasil proíbe a compra de terras estrangeiras, o que impede investimentos chineses em agronegócios. “Se o Brasil deixasse de ser tão protecionista com a limitação da compra de terras para estrangeiros já teria US$ 50 bilhões em investimentos nos últimos cinco anos”, afirmou.

Mundo

Sobre o comércio exterior brasileiro em geral neste ano, o professor da Rio Branco afirmou que a recuperação das economias desenvolvidas não deve significar um grande avanço para os dados brasileiros, já que o País representa menos de 1,5% do comércio mundial. O que Stempniewski acredita que pode ter algum impacto no comércio com os Estados Unidos é o problema climático que aquele país tem enfrentado neste início de ano. “O que vai ajudar as exportações brasileiras é que os Estados Unidos têm perdas significativas na laranja e na Soja, isso vai aumentar os preços.”

Assessoria

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Redação

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