Estudo da CNA mostra que silvicultura vem perdendo renda desde a crise mundial de 2008

Estudo da CNA mostra que silvicultura vem perdendo renda desde a crise mundial de 2008

A silvicultura brasileira apresentou inegáveis avanços desde a adoção de uma política consistente de incentivos fiscais, entre 1965 e 1988, mas estudos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) indicam que os custos de produção vêm crescendo ao longo dos anos, desde a crise mundial de 2008. Como o preço final da madeira manteve-se estagnado, a atividade vem perdendo rentabilidade ano a ano.

Os incentivos fiscais permitiram que a produtividade triplicasse. No período anterior a esta política, a produtividade oscilava entre 10 e 15 m³ por hectare ao ano. Depois dos estímulos fiscais a produtividade anual subiu para 40 m³ por hectare. Os dados estão no boletim “Ativos do Campo”, elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

O preço da madeira, a taxa de juros e a produtividade estão entre as principais variáveis que influenciam diretamente a rentabilidade dos projetos florestais. Ao lado disso, mostra o boletim, na medida em que a oferta de mão de obra no campo cai, “mais insumos são utilizados no reflorestamento, especialmente em substituição da capina manual pela química”.

Custos dos insumos – O documento descreve o impacto dos custos dos insumos sobre a rentabilidade dos projetos florestais. Destaca a importância de uma gestão florestal eficiente como forma de garantir índices máximos de produtividade e, deste modo, reduzir os impactos negativos dos custos sobre a atividade.

A aplicação de fertilizantes para regularização do solo, conforme demonstra o levantamento, transformou-se em “condição indispensável para os projetos de reflorestamento, em virtude do estado físico e químico dos solos exauridos por pastagens mal manejadas, além do nível de produtividade requerido de acordo com o potencial de cada região.”

Melhoramento genético – A melhoria nos índices de produtividade apresentada pelos projetos florestais no país, segundo o boletim, pode ser atribuída também ao melhoramento genético e às pesquisas feitas sobre a qualidade do solo e nutrição florestal.

Os projetos de reflorestamento no Brasil, segundo o levantamento da CNA, são realizados em solos de baixa fertilidade, sendo necessário o uso adequado de fertilizantes, além do melhoramento genético que é condição indispensável para obter produtividade elevada.

Mostra o trabalho que variações mínimas nos índices de produtividade provocam alterações significativas na rentabilidade dos projetos florestais. Por exemplo, na região de Curvelo (MG),  o Incremento Médio Anual (IMA) de 35m³, por hectare/ano, gera um lucro de R$ 1.648,87/ha, equivalente a R$ 7,85/m³. No entanto, diz o estudo da CNA, se houver uma variação negativa do IMA, caindo para 30 m3 por hectare ano, o lucro cairá para R$ 301,72/há, variação negativa de 81,70%.

Assessoria

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Edivaldo Junior

Edivaldo Junior

Edivaldo Junior é jornalista, colunista da Gazeta de Alagoas e editor do caderno Gazeta Rural

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