Alagoas será o primeiro a produzir etanol transgênico no hemisfério sul

Alagoas será o primeiro a produzir etanol transgênico no hemisfério sul

Vem aí o etanol transgênico. O novo produto será fabricado a partir de leveduras geneticamente modificadas a partir de março de 2014 em Alagoas, primeiro estado do Brasil e primeiro lugar de todo o hemisfério sul a usar a tecnologia que permite ganho de produtividade no uso de celulose como matéria prima para a fabricação do combustível.

A informação chegou com alívio ao Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas, na medida em que viabiliza em definitivo a produção na mais nova indústria filiada ao Sindaçúcar-AL – a Bioflex, do grupo Granbio.

O presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira, comemora a informação: “num ano de tantas dificuldades e com a crise ainda para ser superada essa é mais uma boa notícia que certamente vai trazer novo ânimo para o setor não só em Alagoas, mas em todo o Brasil”, aponta.

Com investimentos de mais de R$ 300 milhões e capacidade para produzir 80 milhões de litros por ano a fábrica da Bioflex, primeira da Granbio no Brasil, está em construção no município de São Miguel dos Campos e deve começar a operar em março de acordo com reportagem da Folha de São Paulo que trata da aprovação da operação com a levedura transgênica. A unidade de Alagoas será a primeira em todo o hemisfério sul a produzir etanol de celulose. Só existe outra indústria do tipo em operação no mundo, uma destilaria inuagurada este ano na Itália.

Autorizada produção de etanol de celulose transgênico no país

São Paulo, 06/12/2013 – Após um ano e meio de espera, a GranBio obteve ontem a aprovação da primeira levedura geneticamente modificada para a produção de etanol celulósico –feito a partir da palha ou bagaço da cana no Brasil.

A CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), grupo formado por representantes de diferentes ministérios, concluiu ontem que a levedura Saccharomyces cerevisiae tem os mesmos efeitos sobre a saúde humana, animal e ao ambiente do que a levedura convencional já usada no país e, portanto, autorizou o seu para a produção de etanol celulósico.

O grande diferencial da levedura geneticamente modificada é o ganho de rendimento que ela proporciona na produção do etanol celulósico, conhecido como etanol de segunda geração.

Segundo Alan Hiltner, vice-presidente de novos negócios da GranBio, 23% da biomassa (palha ou bagaço da cana) deixava de ser aproveitado com o uso da levedura condicional em vez da geneticamente modificada.

“Enquanto, com a mesma quantidade de biomassa, a levedura convencional produz 77 litros de etanol, a geneticamente modificada é capaz de produzir 100 litros.”

As leveduras são responsáveis por transformar o açúcar contido na biomassa em etanol de segunda geração.

Na primeira geração –processo adotado hoje–, leveduras transformam o açúcar do caldo da cana no combustível.

A GranBio vai usar a levedura geneticamente modificada na fábrica de etanol de segunda geração que está construindo em São Miguel dos Campos, Alagoas, com inauguração marcada para o primeiro trimestre de 2014.

(TATIANA FREITAS – FOLHA DE SÃO PAULO)

Author Description

Edivaldo Junior

Edivaldo Junior

Edivaldo Junior é jornalista, colunista da Gazeta de Alagoas e editor do caderno Gazeta Rural

Sem Comentários ainda.

Participe do debate