Produção animal em campo nativo é tema de dia de campo

Produção animal em campo nativo é tema de dia de campo

A produção pecuária sustentável (durável) sobre campo nativo depende da relação harmônica entre manejador, campo, solo e rebanho. Nota-se que o termo produtor sai de cena e ganha luz o termo “manejador”. Não importa o tamanho da propriedade, todos podem se beneficiar ao reconhecer a riqueza de espécies forrageiras presentes no campo, seus respectivos potenciais, bem como os serviços ecossistêmicos envolvidos. Estes conhecimentos auxiliam o produtor rural a tomar decisões quanto ao manejo do pastejo e é uma das ferramentas fundamentais para que haja oferta de forragem o ano todo, fato que sustenta a produção pecuária de forma durável. Este será um dos temas do Dia de Campo Institucional que a Embrapa realiza no próximo dia 11, nos campos experimentais da unidade, em Bagé (RS). O evento tem o patrocínio da empresa Grazmec, da Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB) e da Associação Brasileira de Angus (ABA), além de contar com o apoio da Embrapa Clima Temperado.

Projeto Pecus apresenta dados de quatro estações climáticas

Os visitantes poderão ainda conferir nesta estação do Dia de Campo Institucional da Embrapa como está o Pecus, projeto de pesquisa que analisa o balanço de gases de efeito estufa na pecuária praticada a campo, desenvolvido em todo o país e também na região do Pampa. Os visitantes poderão observar a metodologia desta importante pesquisa, e como são coletados os gases emitidos pelos animais e plantas, assim como o carbono que é sequestrado pelo solo.

Estarão disponíveis os equipamentos utilizados no projeto para coleta de gases no complexo solo-planta e nos bovinos para medir os gases provenientes da erucção (arroto). Este sim, ao contrário do que se propaga, é a principal fonte emissora de metano resultado do processo digestório dos ruminantes. De acordo com a pesquisadora responsável pela condução dos trabalhos, Cristina Genro,  serão divulgados aos visitantes os dados observados desde a primavera de 2012 até o inverno de 2013. “São os últimos dados coletados, ainda inéditos até agora e vão demonstrar como está o balanço de metano e nitrogênio no sistema de produção animal e não só na emissão”. O projeto Pecus pretende ainda, ao final, recomendar tecnologias que reduzam as emissões GEE e proporcionem maior sequestro de carbono.

Manejo de pastagens em prol de uma agricultura de baixo carbono

A Unidade vem desenvolvendo uma série de pesquisas e metodologias para avaliar com maior precisão as contribuições possíveis das pastagens e do sistema radicular para o ambiente. O manejo correto de pastagens, além de melhorar o potencial produtivo, também pode beneficiar o solo e, consequentemente, todo o sistema de produção pecuária. Pesquisas recentes indicam que este procedimento possibilita um maior acúmulo de carbono orgânico no solo, contribuindo assim para a diminuição da emissão dos gases que provocam o efeito estufa.

Há indícios de que o correto manejo de forrageiras leva a uma alteração da dinâmica do sistema radicular, o que pode determinar maior acúmulo de carbono orgânico, mais resistência à compactação pelo pisoteio dos animais e mais atividade biológica. Além disso, o aumento de matéria vegetal no solo lhe garante maior porosidade, permitindo a infiltração de água, uma vez que as raízes que morrem deixam o caminho livre para essa infiltração. Com o emprego de práticas de manejo da pastagem, como pastejo rotativo, ajuste de carga animal e diferimento, as plantas têm chance de aumentar a produção de folhas e a fixação do carbono.

Fonte: Embrapa

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Edivaldo Junior

Edivaldo Junior

Edivaldo Junior é jornalista, colunista da Gazeta de Alagoas e editor do caderno Gazeta Rural

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