Em plena crise, Paulo muda presidente da Adeal: “decisão pessoal”

http://edivaldojunior.com.br/wp-content/uploads/2024/03/Screenshot_20240318-1555342.pngEm plena crise, Paulo muda presidente da Adeal: “decisão pessoal”

Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (ADEAL) tem novo presidente. A mudança só se tornou conhecida pela edição do Diário Oficial do Estado dessa sexta-feira (15/03) e pegou de surpresa até mesmo as principais lideranças do setor agropecuário do Estado.

O governador Paulo Dantas, apesar de ter participado de reuniões durante a semana com dirigentes de instituições que representam o agronegócio em Alagoas, não comunicou a troca.

Otávio Tavares da Silva Filho, que estava na presidência do órgão desde janeiro de 2023 (começo da gestão do segundo governo de Paulo Dantas), foi exonerado, a “pedido”.

Marco Antônio Duarte de Albuquerque, agrônomo e pecuarista, é o novo presidente da agência. Em comum, além da profissão, os dois estão no mesmo grupo político e têm ligação direta com o deputado estadual Marcelo Victor, presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, que seria o responsável pela indicação.

Decisão pessoal

A assessoria de assessoria de comunicação da Adeal informou que Otávio pediu para sair porque não estava conseguindo conciliar a administração de sua empresa com a gestão da Adeal.

Por aplicativo, Otávio confirmou a informação. “Decisão pessoal minha, Edivaldo”, disse sobre a sua saída. “Não estava conseguindo compatibilizar meu tempo com a Adeal e meus negócios pessoais”, reforçou Otávio.

Crise

Otávio marcou sua passagem pela Adeal, especialmente pela liberação de certificação da Adeal (SIE e SISBI) para o funcionamento de várias indústrias de alimentos, especialmente de laticínios.
Com um estilo mais “arrojado”, ele buscou imprimir maior celeridade na liberação dos certificados, mas esbarrou em um problema crônico: a falta de pessoal na agência, que afeta principalmente o cumprimento de metas junto ao Ministério da Agricultura e a organismos internacionais em relação à aftosa.

Apesar de ter tentado melhorar a estrutura de pessoal e de equipamentos da Adeal, Otávio não conseguiu implantar melhorias salariais ou a ampliação do número de técnicos.

A crise se agravou com a confirmação de Alagoas, após 10 anos, voltará a enfrentar “barreiras sanitárias”, com a proibição da circulação do rebanho de bovinos por estados, que, a partir de maio deste ano, passará a classificação de zona livre de febre aftosa sem vacinação.

Além de Alagoas, apenas 4 Estados do Nordeste (Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco) terão a partir de maio a mesma classificação de Alagoas: livre de aftosa com vacinação.

Os demais estados da região e do país serão livres sem vacinação. A partir da mudança. a circulação de animais será proibida da zona livre com vacinação para a zona livre sem vacinação.

Representando os produtores de Alagoas, o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Alagoas, Álvaro Almeida, cobra do governo medidas para que Alagoas avance para a zona livre sem vacinação. Mas, pelas regras internacionais, isso só acontecerá em 2026.

Os esforços para garantir que Alagoas migre para o status sanitário de zona livre da aftosa sem vacinação continuam. A Federação da Agricultura e Pecuária de Alagoas (Faeal) defende a implementação das ações que precisam ser adotadas nos próximos meses para adequação do estado ao Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-PNEFA).

O objetivo do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), por meio do PE-PNEFA, é tornar o Brasil livre de febre aftosa sem vacinação até o ano de 2026, com reconhecimento internacional pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).

Hoje, Alagoas possui a certificação internacional de zona livre da doença com vacinação e o estado faz parte do Bloco III do zoneamento nacional, juntamente com Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.

O presidente da Faeal, Álvaro Almeida, diz que o momento é de reunir todos os esforços necessários para que os criadores de Alagoas não sejam prejudicados à medida que o PE-PNEFA é colocado em prática.

Todas as instituições estão engajadas nessa missão, e a Faeal não poderia se abster de uma tarefa tão importante para o nosso agronegócio, em especial ao segmento da pecuária. Como sempre, temos certeza que o governador Paulo Dantas não medirá esforços no sentido de que a nossa Adeal atenda as exigências do MAPA, provenientes da última auditoria”, completa Álvaro Almeida.

Mais crise

Em nota, o Sindicato dos Servidores de Fiscalização Estadual Agropecuária de Alagoas (Sinfeagro), entidade que representa os servidores da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (ADEAL), voltou a chamar atenção para a atual situação do órgão, devido aos últimos acontecimentos relacionados à ADEAL, especialmente a perda de servidores.

O Sinfeagro reforçou que a ADEAL foi criada em 2006, através de um primeiro e único concurso em 2007, e, em 2008, esses servidores efetivos assumiram. Em 2008, de acordo com a diretoria da entidade sindical, entre concursados, cedidos e servidores redistribuídos à agência, que contava com pouco mais 360 servidores, mas que, atualmente, conta com aproximadamente 130.

“Nesses 16 anos, tivemos uma redução no quadro pessoal na ordem de 70% e no mesmo período um aumento muito maior em relação às nossas atribuições, responsabilidades e serviços”, explicou Otto Portela, presidente do sindicato.

Leia aqui a nota na íntegra:

Sinfeagro alerta para colapso do serviço de Defesa Agropecuária e Inspeção de Produtos de Origem Animal e Vegetal em Alagoas

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Edivaldo Júnior

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