Mapa reconhece Alagoas como área sem ocorrência do cancro cítrico

http://edivaldojunior.com.br/wp-content/uploads/2024/02/laranja.jpgMapa reconhece Alagoas como área sem ocorrência do cancro cítrico

A Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), por meio da portaria N° 999, reconheceu o status fitossanitário de Área Sem Ocorrência do Cancro Cítrico (Xanthomonas citrisubsp. citri) no Estado de Alagoas. A portaria ministerial entra em vigor a partir de março de 2024.

“O reconhecimento pelo MAPA como Área Sem Ocorrência do Cancro Cítrico é de grande importância para os produtores que cultivam citros em Alagoas. Com isso, a laranja, o limão e outras variedades de citros poderão ser comercializados para qualquer estado sem serem interceptados e destruídos em barreiras agropecuárias nas divisas desses estados. Além disso, o status torna Alagoas atrativa para empresas ou empresários investidores nessa área e também atrai mercados exigentes quanto a sanidade desses produtos”, afirmou Maria José Rufino, chefe do Núcleo de Defesa Vegetal da Adeal.

Causado pela bactéria Xanthomonas axonopodis pv. citri, o cancro cítrico ataca todas as variedades e espécies de citros e constitue-se numa das mais graves doenças da citricultura brasileira. Não há medidas de controles capazes de eliminar completamente a doença. As plantas quando infectadas e a eliminação da bactéria de uma área exige a erradicação das plantas doentes e das demais suspeitas de contaminação.

A doença manifesta-se por lesões em folhas, frutos e ramos, e quando em altas severidades pode provocar a queda de frutos e folhas com sintomas. As lesões podem ter variações nas suas características, podendo ser confundidas com outras doenças e pragas.

Sintomas

As lesões provocadas pelo cancro cítrico são salientes, o que não ocorre na maioria das outras doenças e pragas. Os primeiros sintomas aparecem nas folhas, e é nestas que encontram-se em maior quantidade, em comparação com a presença de sintomas em frutos e ramos.

Folhas

O primeiro sintoma visível é o aparecimento de pequenas lesões salientes, que surgem nos dois lados das folhas, sem deformá-las. As lesões aparecem na cor amarela e logo se tornam marrons. É a única doença conhecida com lesões salientes que aparecem dos dois lados da folha. Quando a doença está em estágio mais avançado, as lesões nas folhas ficam corticosas, com centro marrom e um anel amarelado em volta.

Frutos

A doença se manifesta pelosurgimento de pequenas manchas amarelas, com um ponto marrom no centro, que aos poucos vão crescendo e podem ocupar grande parte da casca do fruto. As manchas são salientes, mais superficiais, parecidas com verrugas, de cor marrom no centro. Em estágio avançado, as lesões provocam o rompimento da casca. Nos ramos, as lesões também são salientes, na forma de crostas de cor parda.

Controle

Como não existe método curativo para a doença, a única forma de eliminar o cancro cítrico é por erradicação do material contaminado. No entanto, só a erradicação das árvores contaminadas não garante a eliminação da bactéria causadora do cancro cítrico. Também é importante eliminar as rebrotas que surgem na área onde foi realizada a erradicação e queima das árvores. Essas rebrotas podem estar contaminadas pelo cancro cítrico.

Todo o material (como enxadas), máquinas e implementos (trator e grade) usados na eliminação das rebrotas devem ser pulverizados com bactericida. Além disso, a área (talhão) onde o foco da doença foi encontrado fica temporariamente interditada.

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Edivaldo Junior

Edivaldo Junior

Edivaldo Junior é jornalista, colunista da Gazeta de Alagoas e editor do caderno Gazeta Rural

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