Ainda em resposta ao contingenciamento bilionário na educação, feito pelo governo Bolsonaro, estudantes de todo o país estão convocando entidades sindicais e a sociedade em geral para defender a causa, em protesto, nas ruas das maiores cidades do Brasil. O ato, a nível nacional, está marcado para acontecer na próxima quinta-feira (30).
As manifestações ocorrem contra o contingenciamento pelo Ministério da Educação de, pelo menos, R$ 2,4 bilhões para investimentos em programas do ensino infantil ao médio; e o bloqueio R$ 2,2 bilhões nas verbas discricionárias das universidades e institutos federais. Os números foram revelados pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior.
Antecedendo-se ao ato, nesta terça-feira (28), às 16h, acontece na Reitoria da Ufal [Universidade Federal de Alagoas] uma assembleia unificada dos estudantes e das entidades que representam a universidade que devem discutir a construção da manifestação do dia 30 de maio e a criação de uma frente em defesa da educação em Alagoas.
30 de maio em Maceió
A concentração do ato será na Praça Centenário, às 13h, e o trajeto será realizado a partir das 14h, em direção à Praça Deodoro, no Centro de Maceió. Após a caminhada, haverá exposição de artigos científicos e uma cultural – com atrações que ainda estão sendo definidas.
“No dia 30 a aula será na rua. Vamos ter um diálogo maior com a população para fortalecer a nossa defesa pela educação, algo tão prioritário para o país. Ao meu ver, esta é uma defesa do óbvio”, disse Tiago di Luca, coordenador geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE/Ufal).
O último ato em defesa da educação em Maceió
No dia 15 deste mesmo mês, organizado pelos mesmos representantes, Maceió conseguiu unir milhares em defesa da causa. Segundo a Polícia Militar, cerca de 5 mil pessoas estiveram nas ruas; já o número revelado pela organização é de 10 mil manifestantes. O ato foi pacífico e unificou as lutas do movimento estudantil – do nível superior à educação básica – em defesa das universidades, dos institutos e das escolas públicas.
À época, Ana Maria Vergne, vice-presidente da Adufal [Associação dos Docentes da Ufal], em entrevista à Gazetaweb disse: “são quase 40 milhões de reais a menos em recursos e isso prejudica o nosso ensino, pesquisa, extensão e a expansão da Ufal. É um conhecimento valoroso que não pode ser retirado das universidades, não vamos aceitar os cortes na educação”.
Já Hugo, Brandão, presidente do Sintietfal [Sindicato dos Servidores Públicos Federais da Educação Básica e Profissional no Estado de Alagoas] esclareceu: “Estes cortes inviabilizam o funcionamento do Ifal e Ufal depois de setembro. Estou falando de pagamentos de serviços como energia, internet, limpeza. É importante frisar para a sociedade alagoana que o corte é no custeio, justamente nas verbas discricionárias – que garantem esses serviços. O Bolsonaro mentiu para o povo dizendo que esses recursos seriam revertidos para a educação básica, mas aconteceu o contrário, ele também cortou recursos da educação básica”.
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Gazeta Web