Reitora da Ufal diz enfrentar pior momento da gestão após bloqueio de verbas

http://edivaldojunior.com.br/wp-content/uploads/2019/05/valéria-correia.jpgReitora da Ufal diz enfrentar pior momento da gestão após bloqueio de verbas

Após o bloqueio de quase R$ 40 milhões do orçamento para a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), a reitoria Valéria Correia disse em entrevista ao Bom Dia Alagoas desta quinta-feira (16) que enfrenta o pior momento da sua gestão.

“Essa é a pior fase que enfrento como reitora, é uma asfixia financeira. Não existe outra saída. Não tem como haver um funcionamento porque as dívidas vão se acumular. Nós só temos uma saída, que é o desbloqueio. Não existe outra alternativa. Se continuar como está, não funcionaremos a partir de setembro ou outubro, pois as dívidas vão se acumular, não teremos como pagar os contratos e não teremos como pagar, sequer, a conta de energia. Isso vai impactar em todo o estado de Alagoas”, afirmou.

Na quarta-feira (15), integrantes de entidades sindicais, professores, funcionários e alunos das redes de ensino federal, estadual, municipal e particular realizaram um protesto em Maceió e em Arapiraca contra o bloqueio de verbas da Educação anunciado pelo MEC. Atos semelhantes aconteceram em outras cidades do país.

Valéria Correia disse ainda que a diminuição dos recursos previstos no orçamento deste ano afeta não só os estudantes, servidores e professores da Ufal, mas também a sociedade alagoana, que usufrui de muitos projetos de pesquisa e extensão realizados pela comunidade acadêmica.

“Nós prestamos serviços à sociedade e o corte de verbas impacta diretamente no desenvolvimento regional do estado de Alagoas O bloqueio atingiu também o Hospital Veterinário e a escola Técnica de Artes. O funcionamento da universidade já estava programado dentro da Lei Orçamentária Anual e depois que nos programamos somos pegos de surpresa com o bloqueio”, reforça.

A reitora disse ainda que vai universidade vai tentar economizar de todas as maneiras. “Vamos tentar reajustar os contratos, pra ver se temos uma redução. Vamos economizar na conta de energia, mas isso não é o bastante pata funcionarmos”.

O Ministério da Educação divulgou em abril que todas as universidades e institutos federais teriam bloqueio de recursos. Em maio, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) informou sobre a suspensão da concessão de bolsas de mestrado e doutorado.

Além da Ufal, o Instituto Federal de Alagoas (Ifal) teve R$ 18 milhões bloqueados.

De acordo com o Ministério da Educação, o bloqueio é de 24,84% das chamadas despesas discricionárias — aquelas consideradas não obrigatórias, que incluem gastos como contas de água, luz, compra de material básico, contratação de terceirizados e realização de pesquisas. O valor total contingenciado, considerando todas as universidades, é de R$ 1,7 bilhão, ou 3,43% do orçamento completo — incluindo despesas obrigatórias.

Segundo o governo federal, a queda na arrecadação obrigou a contenção de recursos. O bloqueio poderá ser reavaliado posteriormente caso a arrecadação volte a subir. O contingenciamento, apenas com despesas não obrigatórias, é um mecanismo para retardar ou deixar de executar parte da peça orçamentária devido à insuficiência de receitas e já ocorreu em outros governos.

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G1

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