Estudantes do ensino integral transformam conhecimento em projetos inovadores

http://edivaldojunior.com.br/wp-content/uploads/2018/12/na_escola_estadual_senador_rui_palmeira_o_ensino_integral_propicia_aprendizado_diferenciado_fotos_jose_demetrio_20181203_1965087196.jpgEstudantes do ensino integral transformam conhecimento em projetos inovadores

Imagine desenvolver um portão acionado por celular ou uma pilha caseira, aprender sobre plantas medicinais, reciclagem, saúde e cultura. Essas são algumas das atividades desenvolvidas por alunos das escolas estaduais de ensino integral, os quais têm a possibilidade de ter uma aprendizagem mais ampla graças à participação em atividades como Projetos Integradores (PIs), disciplinas eletivas e clubes juvenis.

Nos PIs, os alunos desenvolvem ao longo do ano atividades em prol da população e que fortalecem sua aproximação com a comunidade. Já nas eletivas, é possível aprender as disciplinas do currículo sob uma nova perspectiva, enquanto, nos clubes juvenis, os alunos vivenciam o protagonismo jovem, organizando por conta própria diversas ações.

Na Escola Estadual Senador Rui Palmeira, o Premen, em Arapiraca, são 549 estudantes matriculados nessa modalidade e, que, diariamente, colocam sua aprendizagem em prática em diversos projetos. “Só de disciplinas eletivas temos 16. Ao todo, temos uma carga horária de 1.800 horas no ensino médio, ou seja, já trabalhamos de acordo com o que se discute na Base Nacional Comum Curricular”, informa a articuladora de ensino Maria Rosa dos Santos.

Um entusiasta do ensino integral, o diretor Afonso de Alcântara ressalta que a modalidade abre um leque de oportunidades para os jovens. “Costumo dizer que aqui oferecemos as asas, mas eles decidem como voar. Quando adolescente, fui um entre os tantos jovens que tiveram que trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Meus alunos sairão daqui bem mais preparados do que a minha geração”, enfatiza o gestor.

Botando a mão na massa

Algumas das atividades desenvolvidas pelos alunos da instituição de ensino foram apresentadas no último dia 28 na ExpoINTE, exposição dos projetos e ações desenvolvidos pelos alunos do ensino integral durante todo o ano.

Na eletiva de robótica, por exemplo, os estudantes Fábio Brito e Paulo Porto, sob a orientação do professor José Edson, apresentaram projetos premiados e que foram destaque em feiras e exposições, entre eles, o ventilador autossustentável e o portão acionado via bluetooth (este último já patenteado).

“Gosto de desenvolver projetos que me permitem vivenciar e criar novas tecnologias. O integral nos possibilita isso, temos mais tempo para estudar e aprender coisas nova, algo que não teríamos em uma escola regular”, diz Fábio que, graças à robótica, almeja fazer uma faculdade de Engenharia Mecânica

Criatividade também não falta à Rodrigo Rocha, aluno da eletiva de química. Ele e seus colegas desenvolveram pilhas caseiras à base de água sanitária, papel alumínio e fios de cobre que conseguem gerar até 10 w de energia.

“A química está em toda a natureza e nosso dia a dia. É uma das vantagens do ensino integral, essa possibilidade de aprender coisas novas”, afirma Rodrigo, que também pensa em seguir carreira na área.

Esporte

Além da inovação, ciência e tecnologia, os projetos do integral também abordam questões relativas ao bem-estar e à vida saudável.

Na eletiva de esporte e lazer, os alunos expõem algumas das conquistas que a escola teve em modalidades esportivas. É o caso de Aylson Aguiar e Rwdson Ângelo, destaques no atletismo e da capoeira. Eles falam da importância do fomento do esporte na escola e como ele se casa com o ensino integral.

“O esporte não é bom apenas para uma vida saudável, mas também traz resultados no seu dia a dia na escola, você se torna mais comunicativo”, fala Aylson Aguiar, talento revelado pela professora Karla Paiva no Projeto Correndo para o futuro. Bicampeão do Jogos Estudantis de Alagoas (Jeal), ele ficou entre os dez melhores atletas do país na categoria salto triplo durante os Jogos Escolares da Juventude em Natal.

Saúde

A preocupação com a saúde e o bem-estar também estão presentes no Projeto Integrador de Plantas Medicinais e na disciplina eletiva de Promoção à Saúde. Por meio do PI, os alunos cultivam plantas medicinais e hortaliças e estudam suas propriedades e benefícios. Já na eletiva, eles organizam campanhas para a conscientização dos colegas, a exemplo do Novembro Azul, Outubro Rosa e dengue.

“Na campanha de conscientização contra a dengue, saímos pelas ruas aqui do bairro, batendo de porta em porta e conversando com as pessoas.”, recorda a estudante Larissa Barbosa.

Paulo Marcelo, aluno do PI de Plantas Medicinais afirma que que o projeto permite ter um contato maior com a natureza. “Além disso, aprendemos coisas que podemos levar para nossas casas, nossas famílias”, destaca.

Janice Maria da Silva, professora de biologia da instituição, é responsável tanto pela eletiva de promoção à saúde como pelo PI. Ela entende que estas atividades permitem uma nova abordagem dos assuntos já tratados em sala de aula. “O estudante sai da rotina de sala de aula e aprende a desenvolver projetos”, aponta a educadora.


Assessoria

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