Com a saída de médicos cubanos, mais de 500 mil alagoanos devem ser atingidos

http://edivaldojunior.com.br/wp-content/uploads/2018/11/bf11a9a8-da10-4cc8-9e40-d56fc53ae0b8.jpgCom a saída de médicos cubanos, mais de 500 mil alagoanos devem ser atingidos

Com a saída dos médicos cubanos, cerca de 528 mil alagoanos podem ficar temporariamente sem atendimento médico, na Atenção Básica de Saúde,caso seja confirmada a saída desses profissionais, após o anúncio do cancelamento da cooperação da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) com o Programa Mais Médico do governo federal.
Atualmente, 70 municípios do estado possuem médicos no Programa Mais Médicos, ou seja, são 232 vagas para esses profissionais e, atualmente, são preenchidas por 132 cubanos e 86 brasileiros.
Em nota, a presidente Izabelle Monteiro Alcântara Pereira do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas (COSEMS/AL), diz que perder os médicos cubanos nesse momento de incertezas nos recursos para a saúde pública pode ser drástico e trazer graves consequências para os municípios brasileiros.
A instituição lamenta profundamente o anúncio da interrupção abrupta da cooperação técnica entre a Organização Pan-Am
ericana da Saúde (OPAS) e o Governo de Cuba, que possibilita o trabalho de 8.300 médicos cubanos no Programa Mais Médicos do Brasil, assistindo uma população aproximada de 25 milhões de brasileiros.
“A chegada desses profissionais em 2013 proporcionou significativo avanço na assistência da atenção básica por meio da ampliação da oferta de atendimento médico à população, a exemplo do sertão alagoano cujos municípios estão conseguindo dar a assistência adequada à sua população, devido a efetiva presença do médico na Unidade Básica de Saúde (UBS) nos dois turnos e em todos os dias da semana.”, disse Izabelle.

Izabelle conta que dentre os indicadores que avançaram desde à inclusão do Mais Médicos em Alagoas estão os relacionados ao pré-natal, mortalidade materno infantil e câncer de colo do útero. O Programa conseguiu uma redução nas internações hospitalares por causas sensíveis à Atenção Básica (AB), analisadas a partir do Sistema de Informações Hospitalares-SIH

“A avaliação da população sobre o Programa também é positiva. Uma pesquisa da UFMG/IPESPE apontou que 95% dos usuários disseram estar satisfeitos ou muito satisfeitos com a atuação do médico do Mais Médicos, pontuando que a qualidade do atendimento melhorou, uma vez que o médico é mais atencioso e a consulta é mais resolutiva em seus problemas de saúde.
Além de todas as dificuldades que podem ser ocasionados com a saída dos médicos cubanos, ainda visualizamos impactos sociais muito profundos para a realidade de saúde do estado. Aproximadamente um sexto da população alagoana deixará de ser assistida por esses profissionais, ou seja, cerca 132 mil famílias” destacou Izabelle.

Ainda de acordo com a presidente do Conselho, com o programa, mais de 700 municípios brasileiros tiveram um médico pela primeira vez na história. Portanto, para garantir maior cobertura, incentivo e acesso da população aos médicos, o governo precisa implantar um Plano de Cargos e Carreiras (PCC) para os médicos da Estratégia de Saúde da família. Consideramos relevantes a manutenção do programa, uma vez que garante a permanência dos médicos nas unidades mais distantes e de difícil acesso, principalmente em comunidades rurais.

Assim, precisamos continuar defendendo o programa Mais Médicos para que os municípios já penalizados não tenham que arcar com essa conta ou mesmo manter um serviço ainda mais deficitário à população.
Por todo o exposto, o COSEMS/AL defende o Programa Mais Médico e considera vital a permanência dos médicos cubanos, ao tempo em que se solidariza com todos os gestores dos municípios que possuem profissionais deste Programa, os quais podem ter sua população diretamente afetada, caso a medida se concretize. Desde já, agradecemos toda a contribuição e altruísmo dos médicos cubanos pela assistência humanizada ao povo brasileiro e, principalmente, aos alagoanos.

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