Sem Téo, Lessa e Alfredo, quem ganha para o Senado? Veja o que diz especialista

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Nada se compara ao estrago provocado na “oposição” pela desistência de Rui Palmeira em disputar o governo. Mas na avaliação do professor Marcelo Bastos, um dos mais reconhecidos analistas eleitorais de Alagoas da atualidade, a ausência de outros nomes considerados fortes na disputa pelas duas vagas do Senado favorece os atuais senadores – Renan Calheiros (MDB) e Benedito de Lira (PP), que são pré-candidatos à reeleição.

“Analisando o cenário atual eu diria que os atuais senadores são favoritos para vencer as eleições de outubro”, aponta.

Segundo Marcelo Bastos, Renan e Biu foram beneficiados diretamente pela desistência de Téo Vilela (PSDB), Ronaldo Lessa (PDT) e Alfredo Gaspar de Mendonça (sem partido).

“O cenário para o Senado em Alagoas tem ser reportado antes do momento que estamos vivendo. A pergunta que se faz: Renan Calheiros e Benedito de Lira são favoritos nesse momento a ser reeleitos senadores por Alagoas? Na minha avaliação eles seriam os dois principais candidatos ao Senado por Alagoas. Mas para analisar o momento temos de reportar um pouco atrás. Se não tivéssemos a desistência de Ronaldo Lessa, Téo Vilela e mais recentemente a saída de Alfredo Gaspar, que fortalecer Renan Calheiros e Benedito de Lira de lira”, pondera.

Bastos avalia que “Ronaldo Lessa seria fortíssimo candidato, aparecia sempre bem situado nas pesquisas, Téo Vilela que sempre disputou muito bem no período em que ainda era o pretenso candidato e a grata surpresa que era o Alfredo que estava bem situado e seria um forte candidato. A saída dos três, quer queira quer não, beneficiou os dois senadores da república”, aponta.

Se não houver fato novo, Marcelo avalia que esta será primeira vez que um estado do Brasil elegerá pai e filho para a majoritária. “Não aconteceu no Pará (com os Barbalho), no Maranhão de José Sarney, que foi para outro estado para não atrapalhar, na Bahia, ACM nunca foi candidato ao Senado com o filho ao governo ou vice-versa”, afirma.

E como ficam Maurício Quintella e Marx Beltrão?

Tudo vai depender, acredita Marcelo, de decisões que serão tomadas, com a formação de um palanque para Benedito de Lira e a manutenção ou não da candidatura de Marx Beltrão.

“Hoje temos quatro pretensos candidatos. Renan Calheiros, Benedito de Lira, Maurício Quintella e Marx Beltrão. O Maurício Quintella é de fato candidato e não vai desistir. E porque não vai desistir? Porque já liberou suas bases para o Sérgio Toledo, para o Isnaldinho, para o Paulão e Ronaldo Lessa. Maurício se quisesse retomar a eleição para federal ficaria numa situação complicada. Se liberou as bases agora acredito que não desiste”, avalia.

Para Bastos a candidatura de Marx Beltrão ainda não pode ser dada como certa: “o Marx Beltrão é uma grande interrogação. Saiu do MDB foi para o PSD que controla no estado, mas o irmão dele é candidato a deputado federal, o Maykon Beltrão. Isso quer dizer o que? Que ele não liberou as bases dele. Porque era mais interessante caso ele seja realmente candidato, que o irmão não fosse candidato a deputado federal, porque um cara que é deputado federal vai apoiar o Marx Beltrão que vai beneficiar o irmão dele? Era mais interessante ele fazer o que Maurício Quintella fez para aumentar a base de apoio à candidatura dele ao Senado. Se não fez isso nesse momento é porque vai avaliar o cenário, aguardar as pesquisas, para ver se terá musculutra para continuar nesse projeto de ser candidato ao Senado”.

O analista também considera que a estratégia de Marx Beltrão não é a melhor, no momento: “Uma coisa confusa é que ele sai do MDB mas continua apoiando Renan Filho e Renan Calheiros, mas o segundo candidato do grupo hoje é o Maurício Quintella”.

Bastos acredita ainda que Maurício Quintella e Marx Beltrão hoje não tem “tamanho” – político, claro – maior que o próprio Renan Calheiros e Benedito de Lira. Esse cenário, no entanto pode mudar, a depender das coligações.

“Benedito de Lira tem a dificuldade por não ter ainda candidato ao governo para fazer a dobradinha com ele. Essa é uma grande dificuldade do Biu, como aconteceu 2014, quando ele saiu candidato ao governo e imaginava que o Téo Vilela ia fazer dobradinha com ele. Maurício Quintella está correndo por fora, apostando que, com o esfacelamento da oposição, o maior prejudicado será Benedito de Lira. E ele está correndo para ser o segundo e tirar a vaga do Benedito de Lira. Essa me parece essa é a pretensão do Maurício. Ele acredita e eu também que o Renan Calheiros é o mais forte do grupo. Então ele vai brigar pela segunda vaga”, afirma.

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Edivaldo Junior

Edivaldo Junior

Edivaldo Junior é jornalista, colunista da Gazeta de Alagoas e editor do caderno Gazeta Rural

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