Usinas de AL tentam viabilizar empréstimo de R$ 1,6 bi

Usinas de AL tentam viabilizar empréstimo de R$ 1,6 bi

As usinas de Alagoas ainda não desistiram de viabilizar empréstimo internacional de US$ 500 milhões ou R$ 1,6 bilhão pelo câmbio atual. A operação foi autorizada a parir da aprovação, em maio de 2016, da MP 701/2015 (PLV 7/2016), que amplia uso de recursos do Fundo de Garantia à Exportação para a concessão de seguro nas exportações de produtos agrícolas sujeitos a cotas de importação em outros países.

A lei foi aprovada com ajuda de políticos alagoanos influentes em Brasília, a exemplo do senador Renan Calheiros, do governador Renan Filho e toda a bancada federal de Alagoas.

A operação, que vem sendo negociada com o Swiss Bank ainda não teria saído por questões burocráticas e falta de garantias.

Agora outros alagoanos influentes em Brasília tentam dar um “empurrão”. Nessa quinta-feira, segundo a coluna Expresso, do site da Revista Época, o ex-governador Teotonio Vilela Filho, presidente do PSDB de Alagoas, participou de reunião com o ministro da Casa Civil, Elizeu Padilha, acompanhando empresários do setor sucroalcooleiro de Alagoas.

O próprio Vilela, como se sabe, é sócio de pelo menos uma usina em Alagoas – a Seresta. A operação financeira, se efetivada, deve socorrer principalmente a Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar e Álcool de Alagoas – também conhecida como cooperativa dos usineiros.

Pelo que se sabe toda a parte burocrática foi resolvida, faltando apenas a aprovação de medidas em alguns conselhos ligados ao Ministério da Fazenda.

Veja o que diz a Época:

Ex-governador de Alagoas acompanha usineiros em reunião no Planalto sobre empréstimo

Representantes dos donos de usinas de álcool e açúcar de Alagoas estiveram no Palácio do Planalto nesta quinta-feira (5) para encontro com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Assunto: ajuda para a liberação de um empréstimo de US$ 500 milhões, cerca de R$ 1,6 bilhão. Em maio do ano passado, o Senado aprovou uma medida provisória que autorizava a operação. Mas até agora o dinheiro não saiu. Faltam garantias para o financiamento, por isso os usineiros foram pedir socorro ao governo.

EXPRESSO perguntou ao ex-governador do estado Teotônio Vilela Filho, um dos presentes à reunião, se o empréstimo seria objeto da conversa com o ministro Padilha. Vilela disse que “talvez”. Inicialmente, no entanto, Vilela tentou despistar. Disse que representantes do setor sucroalcooleiro tratariam, com Padilha, dos problemas que a “seca” causa em Alagoas.

Apesar de estar sem mandato, Vilela, presidente do PSDB alagoano, é político influente em Brasília. Foi dele a indicação do secretário executivo de Minas e Energia, Paulo Pedrosa.

Leia na íntegra:

http://epoca.globo.com/tempo/expresso/noticia/2017/01/ex-governador-de-alagoas-acompanha-usineiros-em-reuniao-no-planalto-sobre-emprestimo.html

Entenda o empréstimo

A lei prevê a ampliação do uso de recursos do Fundo de Garantia à Exportação (FGE) para a concessão de seguro nas exportações de produtos agrícolas sujeitos a cotas de importação em outros países.

O objetivo da medida é aumentar a abrangência do Seguro de Crédito às Exportações (SCE) e, consequentemente, as vendas de produtos agropecuários brasileiros para o exterior.

Atualmente, o FGE garante recursos para a contratação do seguro apenas para as empresas do setor de defesa. A nova regra amplia a concessão para produtores de açúcar, algodão e carne, entre outros.

A operação de crédito de U$ 500 milhões negociada junto ao Credit Swiss Bank tem como garantia a antecipação do recebimento das cotas preferenciais de exportação do Brasil aos Estados Unidos via Fundo de Garantia à Exportação (FGE).

Pelo menos 4 usinas de Alagoas, além da Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar e Álcool, que representa 12 usinas devem ter acesso ao crédito.

O financiamento será utilizado principalmente para renovação dos canaviais e deve ajudar as empresas a fazer investimentos e também a pagar compromissos com fornecedores de cana.

Sem o empréstimo a Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar e Álcool de Alagoas (Cooperativa dos Usineiros), que é formada por 12 usinas não terá condições manter a maioria das indústrias.


Edivaldo Júnior

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Redação

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