Mesmo com reajuste zero, folha do Estado vai crescer 9% este ano, diz governo

Mesmo com reajuste zero, folha do Estado vai crescer 9% este ano, diz governo

É fácil de explicar na matemática. Muito complexo de entender na prática. Especialmente para o servidor do estado que vê o salário evaporar, corroído pela inflação, mês a pós mês.

O governo, responsável pela gestão dos recursos do Estado, avisa que não tem como dar reajustes ao funcionalismo este ano. Ainda assim, os gastos com pessoal devem registrar no final de 2016 um aumento de pelo menos 9%.

Como assim?

Primeiro a explicação matemática. Com dados do Portal da Transparência Alagoas é possível acompanhar o aumento da folha (veja tabela). Entre maio de 2015 e maio de 2016 o incremento foi de mais de R$ 21 milhões, quase 10%, embora o reajuste dado pelo Estado aos servidores tenha sido de 5%.

Note porém, um detalhe: o maior aumento (cerca de R$ 13 milhões) foi na folha de inativos. O aumento da folha foi menor (cerca de R$ 9 milhões).

Aos números. A folha líquida total de pessoal do Estado que era de R$ 224 milhões em dezembro de 2015, deve chegar a R$ 244 milhões em dezembro deste ano, mesmo que o estado dê zero de reajuste ao servidor – uma expectativa de crescimento da ordem de 9%.

O crescimento na folha não se deve apenas a contratação de novos servidores na Uncisal ou na PM. Além dessas questões, pesam o reajuste no piso nacional dos professores, o aumento dos militares, que foi parcelado e repercutiu em janeiro e abril deste ano e, principalmente, o tal do “crescimento vegetativo”.

O secretário da Fazenda, George Santoro, explica que a folha cresce “vegetativamente” por conta de planos salariais e acordos do passado e também por questões judiciais.

“Comparando janeiro a maio, a folha do Estado cresceu 12,5% em 2016 ante 2015, revela o secretário da Fazenda: “é um crescimento muito forte”.

Santoro admite, no entanto, um impacto maior no começo deste ano em função do parcelamento do reajuste feito no ano passado. “Mesmo  não se dê mais nenhum reajuste este ano, vamos chegar a dezembro de 2016 com o crescimento de no mínimo 9% da folha”, emenda.

Aperto

George Santoro continua preocupado com o fluxo de caixa do estado. “As despesas estão crescendo mais que a receita”, desabafa.

Para piorar, avisa o secretário, a 1ª parcela do FPE de junho, que caiu nessa sexta-feira, 10, veio 8,5% menor: “isso representa R$ 20 milhões a menos”, reclama.

Se continuar assim, Santoro acredita que a situação pode se complicar um pouco mais. No entanto, ele avisa que é preciso esperar para ver se as medidas do governo provisório começam a dar resultados na economia. “Será um ano duro de toda forma, mas se o cenário melhorar, vamos conseguir atravessar 2016 pagando os compromissos em dia e fazendo investimentos pontuais. Agora só resta torcer para ter uma situação melhor em 2017”, aponta.

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Redação

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