Juiz autoriza venda de mais uma usina do Grupo João Lyra, um negócio de R$ 211 milhões

Juiz autoriza venda de mais uma usina do Grupo João Lyra, um negócio de R$ 211 milhões

A Massa Falida de Laginha Agro Industrial S/A não está mais no fundo do poço – como parecia. Após dois anos da decretação da falência pelo Tribunal de Justiça de Alagoas (em fevereiro de 2014), o Grupo João Lyra tem trilhado caminhos que podem resultar, em médio prazo, na conversão do processo em recuperação judicial.

Explico: a dívida total à época da falência era de R$ 2,1 bilhões. Como se sabe, o empresário João Lyra ofereceu créditos da Ação 4870 que podem cobrir tributos federais e reduzir a dívida em até R$ 700 milhões. Existe no momento a proposta de compra da Usina Guaxuma, em Coruripe, Alagoas, um negócio de R$ 850 milhões. Essas duas propostas poderiam reduzir a dívida a menos de R$ 700 milhões.

A venda de mais um ativo, que está em fase final de negociação, pode reduzir ainda mais o volume da dívida. Trata-se da Usina Vale do Paranaíba, instada no estado de Minas Gerais, que foi avaliada em 2014 por R$ 211 milhões.

A Massa Falida (leia-se João Lyra) apresentou uma carta de intenções da empresa Cambuí Açucar e Álcool Ltda, que reiterou o interesse na compra da unidade Vale do Paranaíba.

Instalada em Goiás, a Usina Cambuí aparenta ser uma empresa sólida no setor, com capacidade de moagem de 2 milhões de toneladas de cana.

O juiz responsável pelo processo, Kleber Borba Rocha, da Comarca de Coruripe,  já decidiu pela venda que, a princípio, será feita na modalidade ordinária, mas admite fazer a venda extraordinária, se houver requerimento do Comitê de Credores ou da Administração Judicial.

A venda apenas desse ativo seria suficiente para pagar todos os débitos trabalhistas do Grupo João Lyra listados á época da falência, que estavam abaixo de R$ 200 milhões.

Não há prazo para o negócio, mas a julgar pela condução que vem sendo dada pelo magistrado, deve sair uma decisão final nos próximos 30 dias.

Veja a avaliação da usina:  

  1. VI) Usina Vale de Paranaíba –Valor Global sem Cana R$ 211,2 milhões (Área Total das Fazendas e Usina – 3.228,8775 ha. Área Cultivável – 1.744,50 há. Usina – Produção – 1.700.000 t/ safra)

Conheça a usina Cambuí, empresa que quer comprar a Vale do Paranaíba:

http://www.unica.com.br/noticia/2636818920329114090/usina-cambui-por-cento3A-primeira-do-brasil-autorizada-a-funcionar-pela-anp/

 

Veja aqui o despacho do juiz

  1. A Massa Falida de Laginha Agro Industrial S/A, por petição (pgs. 50416-50417), apresentou carta de intenções da empresa CAMBUÍ AÇUCAR E ÁLCOOL LTDA., na qual se depreende o interesse na compra da unidade fabril VALE DO PARANAÍBA. Às pgs. 51451-51454, a empresa reiterou o seu interesse na compra do ativo, solicitando, porém, uma definição deste juízo falimentar, sob o argumento de que a demora refletiria sobre outros negócios de seu interesse que somente não se concretizaram por estar priorizando a aquisição da Usina Vale do Paranaíba. Dê-se ciência à interessada que este juízo falimentar pretende alienar o ativo citado, adotando, contudo, modalidade de venda ordinária (arts. 140 e 142 da Lei nº 11.101/2005), salvo se a proposta apresentada mostrar-se vantajosa à massa falida e aos credores e houver requerimento da Administração Judicial ou do Comitê de Credores, oportunidade em que, ouvidos os atores processuais e reconhecendo a existência de motivos justificados, adotará modalidade de venda extraordinária (art. 144). Cientifique-se ainda a interessada de que poderá manter contato pessoal com a Administração Judicial da massa falida a fim de discutir os termos da proposta a ser eventualmente ofertada.

EJ

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Redação

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