Deputados brigam pela Codevasf, a “joia da coroa” do governo federal em Alagoas

Deputados brigam pela Codevasf, a “joia da coroa” do governo federal em Alagoas

A fila de interessados no controle da Codevasf é grande. Literalmente. Não é para menos. Em Alagoas a companhia, vinculada ao Ministério da Integração Nacional, tem área de atuação em 51 municípios e controla atualmente projetos de mais de R$ 250 milhões que vão de saneamento básico a inclusão produtiva na agricultura familiar.

Controlando projetos de irrigação, disstribuição de veículos, máquinas e até de alevinos, construção de indústrias e investindo em diferentes áreas, a companhia é, entre todos os cargos federais, considerada a “joia da coroa” em Alagoas

Com esses e outros atrativos, a indicação do superintendente da companhia em Alagoas voltou a ser alvo da disputa entre deputados federais de Alagoas.

A indicação da Codevasf Alagoas era de Givaldo Carimbão (PHS/AL). Ele conseguiu manter influência na companhia nos últimos anos, apesar de várias tentativas em contrário.

Nos últimos dias, no entanto, rolou uma puxada de tapete pra lá de surpreendente. O deputado federal Arthur Lira (PP/AL), da tropa de choque de Eduardo Cunha, conseguiu virar o jogo e indicou Antonio Nelson para o cargo, que chegou a ser nomeado na superintendência no lugar de Luciano Chagas (que estava na cota de Carimbão).

A posse estava marcada para esta sexta-feira, 3, e chegou a ser anunciada em release da assessoria da Codevasf. Estava. Uma nova reviravolta e Antonio Nelson foi exonerado antes mesmo de assumir – em mais uma das lambanças do governo provisório.

A troca na Codevasf teria sido feita sob o argumento de que Carimbão teria votado contra o impeachment, embora o partido do qual é líder, o PHS, faça parte da base de apoio de Michel Temer no Congresso Nacional. Pelo mesmo argumento, Leonardo Picciani não seria ministros Esportes, nem Hélder Barbalho seria ministro da Integração.

Intervenção técnica

Seja qual tenha sido a motivação – ou o tom da reclamação em Brasília – a Helder Barbalho, que é do PMDB, decidiu pouco trocar todos os superintendentes estaduais da Codevasf, Segundo o blog do Lauro Jardim, de O Globo: “Helder determinou que os novos superintendentes sejam funcionários de carreira da companhia. Lá ficarão até que se decida quem indicará os titulares — do loteamento, portanto, a Codevasf  não escapa”.

A decisão do ministro foi divulgada nessa quarta-feira. Nesta quinta-feira, a assessoria regional da Codevasf confirmou a suspensão da posse e informou que a orientação é de aguardar novas decisões de Brasília. O engenheiro civil Walner Peixeito, que há 35 anos trabalha na Codevasf, segue como superintendente regional interino.

Que manda

No governo provisório, a força na definição dos cargos federais em Alagoas, ao menos por enquanto, segundo as boas e más línguas, é do deputado federal Arthur Lira, do ministro dos Transportes, Maurício Quintella e do senador Benedito de Lira.

A bancada federal de Alagoas vai se reunir até o começo da próxima semana para tratar da divisão dos cargos no Estado. Já se sabe que os deputados Paulão (PT) e Ronaldo Lessa, que votaram contra o impeachment, não indicam nada. Givaldo Carimbão, na mesma condição, mas na liderança do PHS, “corre por fora”.

Dos deputados que votaram pelo impeachment apenas JHC e Pedro Vilela ainda não tem cargos no estado. Eles vão dizer se querem ou não participar do bolo, que está sendo fatiado pelo ministro de Governo, Geddel Vieira Lima. Os demais devem manter ou trocar de posições.

EJ

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Redação

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