Renan Calheiros tenta manter “distância institucional” do governo Temer

Renan Calheiros tenta manter “distância institucional” do governo Temer

O presidente do Senado continua tentando se manter longe do tumultuado  início do governo provisório de Michel Temer. Em nota, Renan Calheiros nega que tenha indicado ministros ou pessoas para outros cargos, embora nos bastidores se atribua a ele “conselhos” para a nomeação de Hélder Barbalho para o Ministério da Integração e Fabiano Silveira para o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle.

Renan Calheiros ainda teria dado opinião sobre quantidade de ministérios, avaliado outros nomes e aconselhado o aproveitamento do ex-ministro Eduardo Braga. Mas tudo não passou de opiniões políticas em conversas protocolares com o presidente interino e alguns dos seus assessores mais próximos.

De fato, nenhum ministro ou outro cargo importante está na cota do presidente do Senado.  Melhor para ele, que manterá a “distância institucional” do governo, mas não perderá a força nem a influência. Até porque o governo, como se sabe, é provisório e o processo será decidido no Senado, que poderá devolver o mandato a Dilma Roussef ou cassar seu mandato, efetivando Michel Temer no cargo.

Cercado por protestos internacionais, falta de reconhecimento de outros países, a gestão provisória enfrenta a desconfiança crescente das ruas e já começa a demonstrar, apesar dos poucos dias, de que não está preparado para debelar a crise rapidamente, nem para tocar as reformas urgentes na política e na economia num curto prazo. A continuar assim, o governo de Michel Temer apodrecerá antes de amadurecer. E Renan Calheiros, com sua “distância institucional”, poderá tomar o rumo que quiser: trazer Dilma de volta, manter Temer ou quem sabe apostar nas eleições diretas.

Veja a nota:

 Nota Pública

Em face das especulações, informo de maneira pública e oficial que não irei indicar, sugerir, endossar, recomendar e nem mesmo opinar sobre a escolha de autoridades no governo do Presidente Michel Temer.

Independentemente de sermos do mesmo partido e das convergências em nome do Brasil, tive a oportunidade de externar ao Senhor Presidente da República que a indicação de nomes é incompatível com a independência entre os Poderes da República.

Nos dois encontros que mantivemos defendi, como já o fiz publicamente, que minha contribuição se dará a partir de agendas e programas. Essa é a melhor maneira de colaborar para superarmos a grave crise atual.

Senador Renan Calheiros

Presidente do Congresso Nacional

 

EJ

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Redação

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