Conjuntura da economia nacional não desanima setor atacadista em Alagoas

Conjuntura da economia nacional não desanima setor atacadista em Alagoas

Mesmo com o pessimismo que acomete a economia nacional, influenciando negativamente em todos os setores produtivos da sociedade, os empresários alagoanos vivenciam crescimento e estabeleceram uma meta: avançar 2% no ano de 2015, resultando em um faturamento de R$ 3,5 bilhões.

Em entrevista ao Jornal Gazeta de Alagoas, no domingo (2), o secretário de Estado da Fazenda, George Santoro, ressaltou quais medidas o governo vai praticar para deixar o setor atacadista cada vez mais competitivo. A principal é uma nova lei para simplificar a tributação do setor, que deve entrar em vigor até o final de agosto, após análise da Procuradoria Geral do Estado (PGE).

As novidades são os benefícios para os comerciantes, no que diz respeito às duas alíquotas de insumo que variam em torno de 2,75% e 4%, além da fiscalização e regulamentação integrada com a Associação dos Atacadistas e Distribuidores (Acadeal).

As pastas da Fazenda e Desenvolvimento Econômico são responsáveis pela nova legislação e prometem simplificá-la ao máximo. Santoro lembra que o decreto anterior era um documento que dificultava a operacionalização das empresas, sem citar as brechas que os irregulares encontravam. “O diálogo com os próprios empresários foi primordial para solucionarmos as dificuldades,” afirma o secretário.

De acordo com Santoro, a Sefaz considera que investir no fortalecimento da cadeia produtiva do atacado é prioridade para o Estado. “É um dos setores que mais emprega e recolhe ICMS e ainda vai crescer,” explica ele.

O setor sucroalcooleiro, historicamente dominante na economia de Alagoas, perdeu espaço para os atacadistas. Um exemplo é a rede de atacado Asa Branca, que sozinha faturou em 2014, R$ 401 milhões, o correspondente a quatro usinas juntas.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atestam a evolução de Alagoas, superando a média nacional. Os índices de venda do comércio varejista em 2009 no Estado marcaram 85 pontos. Já em 2014, os números foram para 122,3 (contra 114, 6 do país). Desde 2004 Alagoas se destaca pelo crescimento no comércio, acima da média nacional. Quem mais faz crescer a movimentação do setor atacadista são as classes C, D e E.

O presidente da Acadeal, José de Souza Vieira, considera ainda que a valorização dada pelo secretário George Santoro – fato jamais sentido pelos representantes do setor – facilita todo o processo de crescimento. “A cúpula da Sefaz, agora é acessível. Nunca foi assim. Marcavam e não éramos recebidos. Em apenas sete meses já fizemos reuniões e o secretário Santoro foi ao nosso encontro em Arapiraca,” lembra Vieira.

O pesquisador e economista da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Cícero Péricles, ratifica o desenvolvimento do setor, demonstrando indicadores. “A economia alagoana é composta em 70% de serviços e comércio, 20% de indústria e 10% de agricultura. As políticas de transferência de renda deram uma alavancada no setor atacadista. A existência de uma rede de distribuição abastecida com mais de oito mil pontos de venda, também explica os números positivos,” diz ele.

Arapiraca

O crescimento da antiga capital do fumo é visível. Arapiraca é o único município do Nordeste que figura entre as dez cidades brasileiras que estão gerando emprego, apesar da crise. Ela também concentra os três maiores atacadistas de Alagoas. Em primeiro vem Asa Branca (gêneros alimentícios), em segundo está a Andrade Distribuidor (construção civil) e a terceira do ranking é a Vieira Distribuidor (material de limpeza, higiene, armarinho). “O varejo e atacado estão no caminho do desenvolvimento e são responsáveis em Alagoas por 15 mil empregos diretos. Estamos em alta,” comemora Vieira.

Agência Alagoas

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